(Im)Possibilidades

Não gosto de fazer planos. Não gosto de passos marcados. Gosto mesmo é do acaso.
Das impossibilidades do destino que se cruzam pelo caminho.
Gosto de imprevisto. Do inesperado. Da falta de expectativa. De surpresas. De ser surpreendida.
Não gosto de fazer planos. Do premeditado.
É que eu não gosto das frustrações.
Não gosto de me frustrar.
De idealizações que não se confirmam.
Do que não se concretiza.
Prefiro deixar acontecer, dentro das suas (im)possibilidades.
Gosto dos (des)encontros. Da eventualidade.
Do acaso que me cerca cheio de mistérios.
De delícias. E de contrariedades.
Gosto de me deixar acontecer.
                                              Sem esperas. Sem ter que esperar.

No ritmo da Felicidade

Agora que eu me sintonizei. Me deixa curtir o som. Deixa o ritmo me levar, deixa a música tocar, deixa...
Deixa eu curtir essa sintonia perfeita, me deixa dançar, deixa que a vida me leve, que  a melodia me carregue.
Me encontrei na frequência da felicidade, e agora eu sinto que sintonizei na estação certa.
Eu e a vida, entramos em acordo mútuo, sintonizamos na mesma frequência, somos a mesma estação. Somos duas dançando a mesma canção. Agora me deixa.
Deixa eu curtir o som, deixa meu corpo dançar no compasso da alegria.
No ritmo da felicidade.

É preciso se desfazer

Tem coisas que a gente insiste em não querer jogar fora. Fica sempre achando que um dia vai precisar. Tem medo de precisar. E vai se enchendo de coisa velha. Na casa e no coração. Vamos jogando tudo num canto, deixando de lado, só pra não se desfazer. E vai ficando tudo lá. A gente até esquece que um dia guardou.
Quando percebe, tem um monte de sentimentos empoeirados ocupando espaço. Impedindo que novos sentimento preencham o coração. Aí que a gente percebe que tem certas coisas que é preciso se desfazer. É preciso jogar fora. É preciso fazer uma faxina dentro da gente. E às vezes fora também. Porque o importante mesmo é se renovar, abrir espaço, abrir a cabeça, o coração. Deixar que o novo possa entrar. Deixar sempre um lugar preparado pro que ainda vai chegar. Se permitir que coisas novas possam acontecer.
É preciso se desfazer. Perder o medo de se livrar das coisas.
Não deixar a poeira tomar conta da gente. Do que a gente sente.
É preciso coragem pra se desfazer. E se refazer. Sempre.

Dentro da gente.

Tem dias que a gente acorda diferente. Sentindo o sol queimando na pele, e uma vontade de respirar a vida.
A gente acorda com o coração cheio, carregado. É tanta esperança, tanto bem-querer, tanta vontade de viver. Às vezes nem cabe numa vida só. Há dias em que o sol parece que brilha ainda mais. Que o céu tá de um azul-alegria, que chega a encantar a gente. E há sorrisos. Sorrisos  por todos os lados, também. Há flores, pássaros, cheirinho de natureza que invade a casa e o corpo da gente. Cheiro de vida, de coisa boa. Cheiro de paz,  acalmando o coração, acalmando o pensamento.
Tem dias que a gente só pensa em alegria. Que o desejo é só de felicidade.
E mesmo que o dia pareça vazio a gente se sente cheio, preenchido.
Tem dias que basta ser. Porque o resto, o que importa mesmo,
já acorda dentro da gente.

Sobre mim,

Tem uma porção de coisas que você não sabe. Tem coisas minhas tão bem escondidas, que nem mesmo eu sei onde está. Pra falar a verdade eu já até esqueci. É que não me fazia falta. Coisa minha sem importância. Não fiz questão de guardar. E ainda assim tem muitas outras coisas que você não sabe. Não vê. Não se interessa. Tanta coisa sobre mim. E muitas que você nem vai saber. Que talvez nem eu saiba. Talvez.
Mas tem também muita coisa, muita coisa que eu te mostro e você não vê. Coisas que você não enxerga, mas se olhar bem de perto, com o coração você vai perceber. No fundo, no fundo não há tanto mistério assim. Há tantos detalhes que eu deixo escapar. Outros esperando a hora certa de aparecer. Talvez eu seja como você e você nem saiba.
Talvez você não tenha reparado em minhas palavras, em meus gestos, no meu sorriso. Talvez um olhar.
Eles escodem bastante coisa sobre mim. Mas também não é tão fácil assim. É preciso desvendar. E preciso mais que os olhos para enxergar. É preciso coração. Porque pra saber mais sobre mim, basta sentir.
O resto, se você não decifrar, é melhor desistir. Não tentar. Vai ter sempre algo sobre mim que você nunca vai saber, ou nunca será capaz de enxergar. E eu prefiro assim.

Que seja bem vindo.


Faz um tempinho abandonei meu coração. Deixei-o de lado, guardado.
Ele precisava descansar. Estava calejado, maltratado demais.
E eu quis lhe poupar.
Coração às vezes dói. De amar, de sofrer- Coração sofre um bocado. (e a gente sofre junto com ele).
É preciso reconhecer quando não dá. Quando o coração não aguenta mais. É preciso tirar férias, dar férias ao coração. Foi isso que eu fiz.
Tirei ele de circulação.
Deixei-o bem guardado, em local bem arejado, conservado, confortável.
Para que ele se sentisse bem. E se recuperasse logo.
E ele se recuperou- danado esse meu coração.
E, agora, que tudo está em seu devido lugar, acho que vou tomá-lo de volta.
Deixá-lo outra vez bem perto de mim. É que às vezes sinto saudade. Do meu coração.
Só dele.
Viver sem coração pode ser uma boa saída, mas uma hora cansa. É preciso sentir. Sentir o que bom, quando o mal já passou.
É por isso que vou trazê-lo de volta. Pra que ele posa sentir. Para que eu sinta junto com ele. Sinta só o que é bom. Porque afinal, é para isso que eu estou lhe trazendo de volta.
Que seja bem vindo o que é bom, o que é do bem. Que seja bem vinda todas as formas de amor.

Que seja bem vindo o meu coração.

Pode ser...

Pode ser que um dia tudo acabe.
Que os sonhos se desfaçam, as vontades de dissolvam.
Pode ser que dê tudo errado, que vá tudo por água a baixo,
que tudo fique meio torto.
Pode ser...
Pode ser tudo ao contrário, também, se você quiser.
Pode ser que tudo sempre recomece, que os sonhos virem realidade, que as vontades nunca acabem.
Pode ser que dê tudo certo, que as coisas aconteçam.
Que tudo seja bom, bonito, legal.
Pode ser.
A vida é feita de possibilidades. E incertezas. E certezas. E desafios. E fins.
E recomeços. De altos e baixos. De é e já foi. De tudo e de nada.
A vida corre.
E a gente tem que correr junto com ela. Apertar o passo, acertar o compasso.
Sem perder de vista, sem perder o tempo, sem se perder.
Porque afinal a vida não espera e nela tudo 'pode ser'.
E pode ser que não dê tempo. Corra!

Basta saber aproveitar.

Me aquece e sai.

Hoje eu acordei de um jeitinho diferente, embora me pareça um dia 'normal', sinto que algo não é o de sempre. Tem algo diferente.
E eu acho que é o cheiro.
Hoje, o sol apareceu para me desejar bom dia e aquecer meu coração e logo ele se escondeu atrás das nuvens, mas o cheiro permaneceu em mim.
O vento sopra frio, leve. E doce. Um barulhinho bom de folhas balançando....
O sol continua ali em algum lugar, volta e meia ele ofusca meus olhos com seu brilho, e corre e se esconde de novo.
Me aquece e sai.
E o cheiro. O cheiro permanece. Com uma sensação gostosa que nem sei descrever.
É tão bom acordar assim. Melhor ainda é me encontrar com as palavras sentindo essa sensação. Tudo fica mais bonito. O dia, fica mais bonito.
E hoje, o sol, o vento, as folhas... vieram essa manhã me trazendo um cheiro bom, ar puro, descarregado, cheiro de coisa leve, de coisa doce, de coisa boa,
cheiro de vida. Trazendo vontade de viver.
E o sol... continua aqui. Me aquece e sai. Brincando de esconde-esconde comigo.

Tired

Quando meu corpo pesa, minha mente parece se esvaziar. O cansaço no meu corpo faz minha cabeça não querer pensar. Acho que é preciso estar relaxada pra deixar a ideia fluir. É que nem sempre estou carregada de sentimentos, transbordando sensações a fim de transcrevê-las. Às vezes é só vontade de escrever, mesmo. Às vezes é só o vício, mania. Capricho meu.
Mas é que meu corpo está fatigado. E quando o corpo está cansado até a mente pede descanso.
Tudo em mim pede cama, calma,
sossego.
Mas eu não consigo. Isso é maior que eu. Eu tenho que exprimir, grafar, ortografar qualquer coisa. Às  vezes esse é meu problema. O qualquer coisa. É que depois, esse qualquer coisa, sabe, nem sempre eu gosto. E eu gosto de gostar do que eu escrevo. Mesmo sabendo que ainda tenho que aprimorar minhas palavras.
Queria estar relaxada agora. Com o corpo leve e a mente solta, pra poder ver minhas palavras fluindo, flutuando. Queria uma porção de sentimentos e pensamentos materializados. Mas não dá.
O corpo não deixa.
E eu preciso descansar.

Eu só quero me cercar de coisas boas!

Que Deus afaste de mim o mal, e as pessoas más.
Que me afaste de tudo que for mal intencionado, mal dito, mal feito
e mal direcionado.
Que afaste de mim os dias sem cor e os olhares sem brilho.
Que afaste de mim palavras que ferem e atitudes que magoam.
Que afaste de mim sentimentos sombrios.
Que afaste de mim os corações ressentidos.

Que eu me afaste de tudo que me atalha, tudo que me paralisa.

Que força nenhuma me impeça de levantar.
Que pedra alguma me faça desviar do caminho.
Que nada me faça desistir. Nem me faça parar.
Que mal nenhum alcance o meu coração e que nada me impeça de amar.
Que se afaste de mim tudo o que não couber no meu eu. No meu ser.
No meu bem querer.
Que se afaste. Tudo o que for pequeno e mesquinho.
Que se afaste de mim tudo o que não tiver DEUS. Que se afaste.
Que Deus afaste.
                                .Que eu me cerque só do que é bom e o que é do bem.

Passado, passou.


Eu bem que podia ter tentado outros caminhos, ter arriscado outras aventuras. Eu podia ter feito de um outro jeito, ter começando por um outro começo. Mas não fiz, não segui, não comecei. E é isso que importa. O que está feito, está feito. Pronto. É passado. E lugar de passado é lá atrás.
Eu agora vou só olhar para frente.
Não quero saber das possibilidades perdidas, dos erros cometidos, do que tinha pra ser e não foi. Eu quero saber do que vai ser, do que vem pela frente, do que ainda há tempo de fazer. Quero saber das possibilidades que virão, das chances que surgirão, do que ainda está por vir.
Eu quero tentar um outro caminho, uma outra maneira, um novo (re)começo. Quero esvaziar a memória e dar lugar à novas lembranças.
Escrever um novo capítulo da minha história, virar as páginas, rasgar as folhas, continuar escrevendo, reescrevendo, reinventando o meu fim.



Amigos

Eu sempre quis falar sobre amigos. Sempre me faltaram palavras. É que talvez eu não saiba definir bem. Do jeito que eu quero. Que eu sinto. Porque, pensando bem, amigo não se define.

Dizem que amigos é a família que a gente escolhe. Eu não acredito nisso. Que a gente escolhe! Ao menos eu nunca escolhi. Amigo é coisa inexplicável, quando se vê já é. Eu não percebo quando nasce ou quando vai nascer uma amizade. Eu apenas reconheço-a. É mágico. E lindo.
E há tudo que é tipo de amigo.
Tem amigo-irmão, amigo do peito, amigo de todas as horas. Tem amigo até que é anjo. Eu acredito nisso! Tem amigo de tudo que é jeito. Mas isso nem importa, importa mesmo é ser amigo.
Amigo acalma, consola, te coloca pra cima- não há tristeza que resista a um bom amigo.
O amigo sabe ouvir, sem julgar, sabe falar quando é preciso, se calar quando necessário- silêncio que nem incomoda. Amigo te acolhe, te ajuda, te conforta.
É nosso refúgio.
Amigo de verdade é coisa rara, coisa rica.
Amigo de verdade suporta a distância, o silêncio, a ausência. 
Amigo de verdade consegue transformar a lágrima em sorriso, tristeza em alegria, dor em calmaria.
E quando o mundo parece sem cor, há sempre um amigo querendo pintar um arco-íris, colorindo nossas vidas.
E não existe nada no mundo melhor que um amigo, nem mesmo um amor, amigos, ainda que poucos, valem mais que um tesouro. Como já dizia Quintana ' Amizade é um amor que nunca morre.'
Meus amigos eu conto nos dedos, cabem na palma da minha mão, cabe em todo meu carinho, cabem no meu coração.

Que nunca me falte

Que nunca me falte fé
Que nunca me falte esperança.
Que nunca me falte coragem.
Que nuca me falte força.
Que nunca me falte amor.
Que nunca me falte o bem.
Que nunca me falte calor.
Que nunca me falte Deus.
Que nunca me falte.
Que eu tenha e tenha em abundância, todas as armas para lutar.
Que tudo em mim seja maior que todos os males que  a vida dá.
Que nunca me falte.
Que nada nunca me falte.
Amém!

Recomeços.

O que me move são esses recomeços.
Um novo dia, uma nova chance, um novo tudo.
Ao acordar é sempre bom agradecer, porque a vida é paciente conosco, Deus também. Há sempre uma nova chance esperando por nós a cada amanhecer.
Há sempre um novo recomeço escondido na luz do sol.
Então, se ontem não deu certo, deixa pra lá.
Vamos refazer, reconstruir, reinventar.
Às vezes pode ser tarde para consertar um erro, para tentar mudar algo, mas para viver sempre haverá tempo.
E haverá novos erros, novas mudanças. Novos desejos.
Porque na vida tudo passa. E recomeça.  Mesmo que seja de um outro jeito.
Há sempre tempo para recomeçar. Recomece.

Até o fim

'O que não mata, fortalece .' Tenho repetido várias vezes para ver se dá certo. E às vezes dá. Está dando. Ao menos por enquanto.
E olha que tem uma porção de coisas querendo me matar, de raiva, de desânimo, de desgosto, de tudo. Mais eu ainda estou viva, não estou?! Estou sim. Então quer dizer que estou ficando forte. Eu acho.
Eu bem que queria uma vida mais tranquila, mais calma, mais segura. Mas já que não dá, que bom que eu ainda estou passando por todas estas coisas, bem que poderiam ter sido outras coisas, mas isso foi eu quem escolheu, eu sei. Então que bom que estou passando por isso, é sinal de que ainda não é o fim. É sinal de que vem muita vida pela frente. Será que quando a gente aprende tudo a gente morre?! Porque eu acho que eu ainda não aprendi tudo, e que bom que ainda não aprendi. Não que eu tenha medo de morrer. Não tenho. Mas é que eu tenho pegado o gosto pela vida e eu não vou me render agora. Não ia ser justo comigo.
Ando tomando minhas decisões e acredito que estou no caminho certo. Fazendo o que eu acredito. Do jeito que eu acho certo. E eu vou continuar. Vou pagar o preço pela minha felicidade. Eu vou até o fim.
E não me importa onde seja o fim. Eu vou.

Acostume-se

Tudo tem certo tempo certo. O seu passo, seu compasso. O ritmo das coisas.
E contra isso não adianta lutar.
O que tiver de vir, virá, o que tiver que acontecer, acontecerá. O que tiver que ser será. É sempre assim. Sempre vai ser.
Por mais que você tente, grite, chore, brigue, ore. Só é, o que tem de ser.
Acostume-se.
Adote um ritmo certo pra você também. Talvez seja melhor reduzir a velocidade do passo, ou apenas a intensidade das expectativas. Muitas vezes, ou quase sempre, elas causam frustrações. Talvez seja melhor mudar o compasso, talvez seja melhor descompassar. Aprenda a viver melhor com o que é dado. Agradecer, aceitar, sei lá. Qualquer coisa assim. Eu não quero dizer pra desacreditar, pra perder a fé, a esperança. Isso nunca! Jamais. Eu acredito sim que se você acreditar pode acontecer. Eu disse pode. Porque entre querer e poder existe um hiato considerável. E se for, vai ter um tempo determinado para isto. Se não acontecer, também, eu tenho certeza, terá sido bem melhor. E mesmo que não tenha sido, pra você, de alguma forma, acredite nisso. Porque com o tempo a gente percebe que aceitar é bem melhor que esperar. Deixa o tempo pra lá, vamos viver, do jeito que dá, do jeito que der. Sem nos preocupar. Um dia nossa hora vai chegar.
Eu acredito. Vai ser bem melhor assim, pode apostar.

Dependêcia

O pior de tudo é que eu sei. Eu sei que eu não posso esperar das pessoas. Nem pouco, nem muito. Nada mesmo. Dentre as coisas mais complicadas que eu já encontrei na vida,a maior delas com TODA certeza é o ser humano. As pessoas. Suas mentes. Suas mentiras. Suas atitudes. Suas incertezas.
A convivência.
Ainda assim a convivência é o menor de tudo. Difícil mesmo é ficar embaraçada, emaranhada, dependente, presa na inconstância do outro. É sempre muito difícil saber como agir. Mais difícil ainda é não saber como os outros irão reagir às suas atitudes.
Porque o que eu acho, de verdade, é que as vidas não precisavam se misturar, talvez as pessoas não precisassem se misturar tanto. Cada um podia viver independente um do outro. A minha vida é minha e acabou. A sua é sua e não se fala mais nisso. O que eu faço não vai te interferir, o que você faz não me interessa.
Pena que as coisas não são bem assim. Nascemos mesmo para conviver. Para suportar. Haverá sempre uma certa dependência. A gente sempre precisa do outro. E nem sempre dá pra escolher o outro. Ás vezes ele apenas 'surge' e se a gente não é capaz de nos livrar a tempo, cabe apenas aturar. E conviver.

Aprendendo a viver

Com o tempo eu fui aprendendo que tudo na vida tem uma intenção, eu acredito que nada é por acaso. De tanto andar por caminhos errados eu aprendi a escolher melhor os meus caminhos, aceitar os obstáculos.
Caminhos difíceis nem sempre são os piores.
Eu aprendi que era preciso engolir muita coisa também. Não só os 'nãos' que a vida me dá, mas os 'sims' que ela me enfia guela abaixo, também. E sem falar nas verdades. As que machucam. Eu aprendi a ouvi-las calada.
Eu aprendi a me calar. E a ouvir.
Eu consegui cicatrizar muitas feridas. Muitas mesmo! Mas ainda assim há marcas que incomodam, importunam. Me acanham.
Eu também não posso negar o que eu pude aprender com a vida, com o tempo. Falando assim parece até que tenho ANOS... de vida. Posso até não ter muitos, acredito que ainda são poucos, mas esses poucos anos fizeram um bom trabalho em minha cabeça e em meu coração.
E eu sei que ainda vem muito pela frente.
E isso é o  pior, ou o melhor, de tudo. Muita estrada, muitos 'nãos', muitos 'sims' muito de tudo. E é esse TUDO que às vezes me consome. Esse tudo inclui as incertezas, os medos, os tormentos, e eu sei que eu tenho que suportar. Eu preciso.
Porque com o tempo eu aprendi que para sobreviver é preciso suportar. É preciso força para aguentar.
É preciso aprender a viver 'apesar de' .

No meu coração

Meu coração está calmo. Leve, sossegado, batendo descompassado, sem compromisso.
Posso até dizer despreocupado. Aconchegado dentro de mim. 
Vez ou outra ainda dá uma apertada, mas logo ele se tranquiliza e afrouxa. E eu respiro aliviada. Porque passou. Sempre passa. Basta querer.
Ás vezes ele ainda bate acelerado, acanhado, meio sem jeito, como quem sabe de alguma coisa. Coisa que ainda virá.
Meu coração por vezes parece prever o futuro, incerto. Ele sente. Ele só pode ser vidente, só pode!
Essas coisas são difíceis de explicar. E mais ainda de entender. Eu só sinto.
Mas ainda assim meu coração está sereno. Isso porque a dor passou. A dor já não dói mais. Não há pesos, nem fardos... Era a dor que pesava, pesava também o medo, as incertezas... Mas agora não pesa mais.
Eu ainda tenho incertezas, medos, e um monte de outras coisas que às vezes eu prefiro nem dizer, mas isso não cabe em meu coração. É pequeno demais. 
No meu coração só cabe o que é grande, o que é bom. E o que faz me bem.

No caminho certo

Aos poucos eu vou me encontrando...
E a cada passo que dou sinto meus pés pisando mais firmes. Acho que é essa certeza de estar no caminho certo. Agora eu até me arrisco confiar, a acreditar, mas só um pouco, ainda mantenho sempre um pé atrás.
E os dois seguindo adiante.
Acho que os ventos sopram mais suaves quando estamos em nosso verdadeiro caminho. E em meio as pedras da estrada vejo nascerem as flores, vejo brotar esperança, vejo a paisagem se tornar mais bonita. Ao menos é isso o que eu sinto. Eu sinto o doce da vida, mesmo provando do amargo a todo instante. Tenho apreciado, cada vez com mais entusiasmo, a paisagem ao meu redor. A natureza, as coisas, as pessoas, os sentimentos. A vida.
Eu me sinto segura em meu caminho. Me sinto forte. Firme. Me sinto. Eu consigo me sentir, me tocar, me ser. E já nem sinto os calos nos pés, nem o cansaço no corpo, me sinto leve, suave. O que sinto mesmo é vontade de continuar, caminhar, sempre. No caminho certo.
E embora ainda haja tantos descaminhos pela frente, espero sempre poder me reecontrar e voltar a seguir pelas trilhas da vida que me levam ao único destino onde desejo chegar... A felicidade.

Liberdade


Quero pegar, sentir , tocar... Quero essa coisa chamada Liberdade! Eu quero sentir na pele , no rosto, no gosto. Sentir o sabor, o calor, o sonhar.

Quero romper esses laços de tristeza que me afagam, cortar as amarras que me prendem ao que não me faz bem. Me soltar desse mau-me-quer. Quero voar. Quero ver.
Meus olhos querem ver. Ver o mundo, ver tudo, ir além. Minha asas, recém aconchegadas, desejam alçar seu primeiro voo. E meu coração recém libertado deseja voar. E ver. E viver.
Quero sentir no ar a sensação de ser livre.

Somos um só.


Entre rimas e versos eu vou me perdendo, e por entre entrelinhas tentando me encontrar, e assim, em palavras, vou me traduzindo, me confundindo, sei lá.

Enquanto as palavras brincam de esconde-esconde comigo, eu brinco de me encontrar. E quando me encontro elas sempre estão lá, as palavras. É sempre assim. De repente somos um só.
Esse jogo de letras que me fascina....
E, eu, vou juntando as sílabas como quem junta os pedaços de mim, até me ter por inteiro, como as palavras. Por um momento. Por uns instantes. Até novamente embaralhar as letras, reformular as idéias e recriar.
Vou me editando constantemente, fazendo rascunhos de mim, me rabiscando, me dissolvendo... Me envolvendo, me reinventando.
E assim vou sendo, a cada dia, nova palavra, novo texto, novo verso, novo poema. Novo ser. Eu. E as palavras.

Deixa pra lá

Chega! Cansei da boa educação, da cortesia, da simpatia e até da compaixão. Chega de me preocupar demais porque eu nem sei se vale a pena. Na verdade sei, e não vale . Eu não vou me abater, não vou me abster. Não vou deixar de viver por quem não merece. Nem por ninguém. Vou viver a vida por mim mesma, sem me preocupar com o que vem pela frente. Por quem vem pela frente. Vou encarar, vou arriscar. E a minha coragem irá prevalecer. Porque eu quero. Porque assim que tem que ser.
O que eu tenho dentro de mim é bem maior que meus obstáculos, é bem maior que o que vem de fora. O que vem de dentro de mim não tem tamanho. Eu tenho Deus! Isso é o que importa. Haja o que houver, venha o que vier.  No meu coração sempre prevalecerá essa fé e essa força, divina, que não me deixa abalar.
Eu não tenho medo, eu não vou me preocupar, vou seguindo meu caminho, colhendo o que eu plantar. E nele eu planto só coisas boas, e eu sei que só coisa boa virá. Porque a gente colhe o que planta, vive a vida que Deus dá e é quem a gente quer ser. E eu quero ser assim. O resto eu vou deixar pra lá.

Tentando, seguindo, buscando

Aos poucos eu vou tentando me arrumar por dentro, tentando manter o máximo do mínimo de equilíbrio possível. Tentando me manter. Tentando seguir.
Vou querendo, buscando, tentando. Fazendo de um tudo pra manter a cabeça erguida e a esperança de pé. Atiçando qualquer brasa de esperança que ousar queimar em meu coração. Sempre haverá.
Vou aos poucos tentando colocar cada coisa em seu lugar, inclusive a mim. Na verdade não. Eu não estou fora do lugar. O que está fora de mim é que está.
Eu mudo, me transformo, eu tento. Eu busco. E eu consigo. Não é fácil. Nem é difícil. Difícil mesmo é fazer as pessoas entenderem a minha mudança. Aceitar. E respeitar. Esse é o meu passo mais difícil. Mudar nas pessoas o que mudou em mim. E eu posso dizer que não estou nem aí. E não estou. Mas há pedras difíceis de remover em nossos caminhos. E sempre há pedras. Novas, passadas, leves, pesadas. Elas sempre existirão. Mesmo nas novas estradas. Porque fazem parte do caminho. Da natureza das coisas, da vida.
E as coisas da vida nem sempre são fáceis de compreender. De resolver.
Mesmo assim, eu continuo tentando, seguindo, buscando. Vou continuar.
Porque a brasa ainda está acesa e a minha força ainda está de pé.                                                                                     

Sem saída

Estou sempre me perdendo. Entre os caminhos desencontrados, entre as falsas verdades entrelaçadas, por entre destinos mal encaminhados, sempre erro as estradas.
A vida se perde de mim. E eu me perco da vida, também.
Tudo se perde, na verdade.
O tempo vai dissolvendo meus desejos, meus caminhos, meus pesares.
Minha coragem.
E entre as tantas estradas, as tantas decepções, parece difícil poder me encontrar. Querer me encontrar.
O vento vai levando a vida, levando os sonhos. E eu vou me deixando levar.
E por mais que eu tente, os caminhos parecem não ter escape. A vida se fecha dentro do mundo. E eu me fecho nesse meu mundo. Perdida, sem rumo, sem estrada.
Mas, por mais que tudo esteja perdido, que eu pareça desencontrada.
Sempre existirá uma saída.
Não importa como, nem onde, há sempre uma maneira de voltar, de reinventar. E ser novamente Feliz. Ou apenas ser.

Abandonar-se

Deixo-me.
Abandono-me entre mim e eu, entre os meus vários jeitos e gestos, entre afirmações e incógnitas do meu ser.
Lanço-me na  multiplicidade de ser eu, nas minhas várias vidas, nos meus vários vultos. Abandono-me.
E no momento que sou já deixei de ser. Agora são outras falas, outros risos, outros corpos, outras coisas. O que eu era já não me cabe mais.
A alma cresce dentro de mim. Os sentimentos transbordam. O coração deseja. E cada vez mais.
São necessários novos trajes, novos cantos, novos contos, novas cores. É necessário o novo. E de novo, e de novo.
Deixo-me. Vou deixando cada pedacinho de mim, marcando os caminhos por onde passei, marcas do corpo no qual eu habitei. Cada gosto, cada gesto, cada traço. E entre os caminhos, entre os vários lugares por onde vou, a cada passo, a cada sopro, vou me abandonando por entre as trilhas que me trilham e que me fazem ser o que sou. Ser eu. Dentro da minha unimultiplicidade.

Virou pó.

Tudo aquilo que me fazia mal eu juntei em pedacinhos, tudo o que me angustiava, tudo o que me atormentava, tudo que não fazia bem. Juntei, recolhi tudo aquilo que de alguma forma me incomodava. Fragmentei. Reduzi à pedaços tão pequenos, a ponto de se tornarem imperceptíveis aos meus sentidos.
E assim tudo se tornou leve, partículas tenuíssimas pairando pelo ar. Tipo de coisa inapreciável, incompreensível que,eu, (sinceramente) estou tentando, tentando mantê-las longe de mim.
Porque tudo que me doía, me domava e me diminuía... Eu reduzi a pó.

Felicidade é pra se mostrar sim!

Não sei quem disse que felicidade não é pra mostrar, que quem muito fala não está feliz.
Não é bem assim. Pra quê esconder que estamos bem, pra quê guardar nossos sorrisos, suspiros, nosso entusiasmo?!
Felicidade é pra se mostrar sim!
E não é porque tem sempre alguém desejando o contrário, querendo que a gente se ferre, que dê tudo errado,
que, nós, vamos nos render.
Felicidade é pra mostrar sim. Digo e repito. Porque afinal , também tem sempre alguém que gosta de ver a felicidade em outros rostos, outros sorrisos espalhados por aí. Ainda tem gente assim. Deve haver gente assim. Felicidade é pra ser vista, mostrada, desejada. Porque eu acho que isso faz bem. Coisas boas fazem bem. E felicidade, eu cá comigo, acho que contagia. Ao menos se você se permite contagiar, se você fica feliz em ver um outro feliz também. Porque eu continuo achando...
Felicidade é pra se mostrar sim!

Suspiros,

Suspiros de alívio quando se consegue colocar o passado no lugar. Quando o passado passou.
Ainda mais quando tira-se o passado do presente. E passa-se  a viver.
É difícil arrancar certas coisas da nossa sombra. Por isso elas nos perseguem.
É que a gente tem essa mania, esse jeito sadomasoquista, de ficar remoendo as coisas. Remexendo a dor. Querendo sofrer pelo que já passou.
Tem gente que se protege com a dor, que faz do passado um escudo. E se protege de muita coisa. Se livra de muita coisa. Se poupa de muita coisa. Inclusive de viver.
Quem se prende ao passado fica pra trás.
Porque pra ser feliz é preciso desapego. E uma boa dose de amnésia.

No fundo, no fundo

Todo mundo procura um grande amor,
deseja uma vida melhor,
Todo mundo anseia por liberdade,
deseja essa tal felicidade.
Vive à espera dos dias melhores que virão.
Somos feitos de desejos.
Milhares deles.
Mas no fundo no fundo
tudo o que a gente deseja
é PAZ.


                                                                            (ao menos é esse o meu desejo,

Super!



Eu tenho super poderes!
Isso é verdade, às vezes eu mesma duvido da minha capacidade, do meu jogo de cintura. Tenho habilidades incríveis. Eu faço tudo ao mesmo tempo, tenho um dia com 48h. Eu juro, nem eu sei como eu sou capaz de fazer tanto em tão pouco tempo. Ah... Eu também tenho uma identidade secreta. Ou mais de uma, não sei. Tão secreta que nem mesmo eu a reconheço. Às vezes também eu me disfarço. Mas isso é de propósito e, nisso, não há nada de secreto.
Sem falar na minha força. 'Eu tenho a força!'. Sério.
Por vezes ela me surpreende também. Isso é incrível.
Sinto uma capacidade às vezes inumana dentro de mim.
Eu posso mais do que imagino.
E a minha imaginação é um perigo.
Tenho poderes para fazer o bem, ou não.
Tudo depende de mim.
E eu posso ter também uma enorme capacidade,
de autodestruição
bem mais que humana. 
E posso ter o contrário também
 tudo isso sabe por quê?! 
É que  eu sou uma super... uma Super Humana.



Ainda sinto tanto a tua falta

         Eu pensei que nunca fosse para de doer. E não parou.
   Achei que as lágrimas nunca fossem secar, porque até hoje eu me lembro da dor. Ela não tinha tamanho. Ainda não tem. E às vezes ainda me pergunto porque você se foi.
   Eu tentei enxergar, criar, entender as respostas, mas elas nunca vieram. Talvez nunca venham. Talvez eu nunca as enxergue. Porque a dor não me deixa ver, nem vai me fazer entender porque você se foi. Eu nunca vou entender.
   E eu sei que você se foi. E ainda assim você ficou, num lugar que eu só posso te sentir. Sem te tocar. Isso também dói. E dói sem tamanho também.
   Dor que de repente foi se transformando em lembrança, dessas que traz uma saudade danada... Saudade sem tamanho também. Que às vezes chega a doer. Que de tanta dor fazem as lágrimas cair. Eu tento, confesso que tento parar. Parar de chorar. Parar de lembrar. Não que eu queira te esquecer (eu nunca, nunca vou te esquecer!) mas se eu não parar de pensar, meu pranto não vai cessar, a dor vai consumir meu coração. Dor que chega a machucar. Dor de saudade. Dor que não tem fim. Saudade também.
   Porque tudo ainda me dói. Me dói a saudade, dói a lembrança. Tantas lembranças...  e mesmo doendo você ainda é a melhor delas.
   E mesmo assim eu guardei. Guardei as fotografias, guardei as lembranças também, não quero pensar, não quero lembrar o quanto ainda me dói.
   E eu sinto tanto a tua falta. Tanto.
Sinto. A tua presença. Só sinto. E sinto ainda o amor que tenho por você. Tenho. Sempre vou ter. Terei.
Terei a dor também. Dor que eu não consigo explicar. Nem descrever.
   E eu que queria as melhores palavras, que tentei as mais belas frases, que tentei o melhor de mim, pra falar do que era maior em mim, sei que ao menos em vão eu não tentei, porque ao menos consigo dizer,
você sempre será minha melhor lembrança e a minha maior saudade.
   E eu sinto tanto a tua falta.... tanto que chega a doer.


Eu bem que tento

Olha, eu bem que tento ser gentil, afável, legal. Eu bem que tento. Não é que eu queira ser assim, grosseira, mal educada, mas às vezes há quem me force a ser assim. Mas não é sempre. Só quando ultrapassam os limites.
Os meus limites. Eu não vou te surpreender, não vou ser o que você quer, se você quer que eu seja mais do que eu posso ser. Respeite os meus limites. Respeite as minhas vontades. Respeite as minhas decisões, também.
Não queira de mim mais do que eu posso lhe dar. E do que eu quero dar. Quando eu quiser dar alguma coisa de mim.
Não me force a ser assim. Porque eu bem que tento ser melhor. Se você permitir. Eu tento, eu juro que eu tento. Eu gosto de ser delicada, posso te tratar com urbanidade, se você quiser. Posso até te oferecer um sorriso, um  abraço, um aperto de mão. Mas não espere mais de mim. Não venha me cobrar. Não venha exigir coisas que eu não posso te dar. Não queira me forçar a fazer o que eu não quero fazer, a ser o que eu não quero ser. Não me faça fazer falsas promessas. Porque no resto eu vou ser bem legal.
Aliás eu tento. Eu bem que tento ser assim.

Está sendo bom assim

A vida aos poucos foi me afastando do mundo, me afastando de tudo, me afastando de mim. E quando eu me dei conta, eu tentei recuperar. Me reaproximar... Tarde demais.
Aos poucos eu conheci um outro mundo, um outro tudo, um outro eu. E fui ficando cada vez mais sozinha. Dentro e fora de mim.
Eu estava longe, distante. Estava perto demais de mim pra ficar perto dos outros.
Daí então eu passei a me fazer companhia. Todos os dias. Todas as noites. Eu não me largava, não me deixava.
Fui me apegando à mim.
Foi bom. Mas nem foi tão fácil assim. Conviver comigo mesmo deu um pouco de trabalho. Mas eu aprendi.
Aos poucos eu percebi a solidão. Não. Não pense que foi... isso não foi triste! Não é.
É que pelo menos em mim eu sei que posso confiar, até onde confiar. Isso tem seu lado bom. E também é perigoso, eu sei,  mas não tão perigoso quanto lidar com outra pessoa, outra cabeça, outro coração.
Prefiro deixar assim como está, eu e minha solidão. Nos fazendo companhia.
Isso é recíproco, sabia?!
E está sendo bom assim.