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terça-feira, 31 de maio de 2011

Minha necessidade

O tempo, as coisas, a vida...
Mil pensamentos pensando ao mesmo tempo. Idéias que não se completam. Palavras que se perdem no ar.
Eu bem que tento deixá-las voejando, como um pássaro, livre, soltas. Mas existe algo mais forte em meu ser. Sou possessiva demais. Eu as quero somente para mim. Eu quero o pensamento até a última gota, quero estilar minhas idéias até que se transfigurem em palavras. Vício. Confesso que me viciei nas palavras.
Não me contento em não ter idéias. Em não ter inspiração. Se não as tenho, eu as invento. Mesmo que nada se encaixe. Que tudo esteja em desalinho.
É que isto virou uma necessidade intrínseca de mim. Entende? Vai muito mais além do ato de escrever. É como me transpor, ir além de mim, do que sou, do que penso.
O que escrevo é tão de mim, que chega a não me pertencer. Não sei explicar.
É como colocar a alma num papel.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nas nuvens

Me apaixonei.
Tudo começou com um olhar. Mas não foi amor a primeira vista. Esse olhos os quais eu falo há muito já me fazem companhia. Acredito até que já fui enamorada deles. É, eu fui.
Também não foi assim, de repente! Não foi como me olhar no espelho e, de súbito, dizer , "estou apaixonada". Ou será que foi?! Eu... o espelho.... Ah, essas coisas nunca teem uma certa lógica, um tempo certo, uma explicação. Tudo flui.
Natural. Mágico.
E depois do olhar?! Ah... depois do olhar tantas outras coisas vieram, tantos detalhes. Os detalhes. Foi neles que comecei a perceber. Percebi c-a-d-a detalhe. Cada gesto. Tudo começara a me encantar.
E tudo foi se tornando mais leve. Eu, me tornei mais leve. De uma leveza doce. Calma.
E, enfim , o encontro. Digo, o reencontro. Explosão! Houve uma manifestação súbita e violenta de um sentimento, de uma paixão. Um sentimento que de tão bom não imaginaria que fizesse mal. E não faz. E faz um bem descomedido. Irremediável.
Um amor que me leva pro céu, sem me tirar do lugar. Um amor que eu só encontro em mim. E não importa o que os outro pensam, falam, digam. Eu não estou nem aí! Descobri que estou apaixonada. Tudo é mágico para mim.
Eu me autoapaixonei. Me apaixonei por mim. Ah... que delícia me amar!

domingo, 29 de maio de 2011

Eu sinto


E quando o sono vem, quando os meus olhos se fecham. Eu sinto. Os sonhos chegam devagar, e eu posso sentir as tuas asas pousarem sobre coração. Doce sensação.
Me guarda e me consola.
Não ouço. Não vejo. Mas sei.
 E eu, agora, em tuas asas descansarei
e quando o sono se for eu perceberei,
sentirei a tua presença.
Eu sinto.

Recarregue-se

Estava mesmo precisando recarregar as energias. Daquele jeito que somente faz efeito quando se gasta a energia. Não estou falando da energia física, mas da energia imaterial. A que move a alma e não o corpo. A energia necessária para continuar seguindo. Firme. Forte. A que nos abastece, e faz nos movermos. É preciso repor as energias. E saber aproveitar tudo de bom que a vida nos traz.
Recarregue-se. renove-se. Conserve, a energia de viver !  

sábado, 28 de maio de 2011

Cotidiano

Todo dia. Vivo a constante do meu ânfemero. Todo dia, tudo acontece do mesmo jeito.
Cronologicamente. Milimetricamente. Está tudo no mesmo lugar. O de sempre. O de sempre me acontece diariamente. Sempre.
Até os imprevistos eu consigo entrever. Vivo de fazer aquilo que se realiza todos os dias. Me habituei ao habitual. Minha monotonia. Estou largada nessa vida parada que ecoa, repetidamente, a cada vinte quatro horas. E nas vinte e quatro seguintes. Essa minha relação espaço-tempo anda um pouco desgastada. Precisamos discutir a relação. Modificar os ritmos.
Cansei do todo dia. Cansei do de sempre. Cansei do cotidiano.
Quero viver as exceções. 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sou aquilo que não se vê

Eu não sou o que você vê. Eu vou muito mais além das linhas que delimitam o meu corpo. Eu não posso me descrever. Nem posso me revelar. Talvez você não entenda. Mas é assim que tem que ser. É assim que eu quero que seja. Me descrever não bastaria. Seria inútil contar minunciosamente cada detalhe do que eu sou. Desnecessário. Você tira sempre suas próprias conclusões. Então deixo que pensem o que sou e o que não sou. Que me imaginem na multiplicidade de um ser humano. Que fantasiem. Porque eu também me fantasio. Às vezes. Porque na verdade eu sei o que sou. Apenas finjo não saber e faço que esqueço, só para sentir o sabor de ser o mistério. Mistério. Amo essa palavra carregada do que não se vê, do que não se sabe, do que surpreende. Mistério. Amo me desconhecer só para depois me reencontrar. Me desbravar. E unir todas as partes de mim.
Eu não sou o que você vê. Nem sou o que me revelo. Revelo apenas a parte que te cabe, e que não cabe em mim. Apenas o que sinto premência de mostrar. Um pouco do leve e do angustiante, do bom e do normal que existe em mim.  Dou de mim o que acredito que tu podes receber, sem dor e sem sofrer.
Sou aquilo que só quem sente pode perceber. O que sou só quem vê de muito, muito perto pode compreender. Se não for assim, desista. Eu não vou me revelar. Pode tirar suas conclusões.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Delicioso ciclo


Viver às vezes me cansa.

A vida é tão simples e trabalhosa que por vezes me deixa exausta.

Há tanto a fazer.

Sorrir, chorar, amar, sofrer, cair, levantar, seguir, decepcionar, chorar, sorrir, seguir, sentir, fazer, sonhar, desistir, alcançar, cair, levantar, seguir, sorrir, amar, amar, amar. Ser feliz. Tudo isso numa vida só.

Eu preciso ser mil em apenas uma. Uma para cada dia. Uma para cada vida. Sim. Tenho muitas vidas. Muitas vidas em uma só. Pois cada dia é um recomeço. Cada recomeço é um renascer. Cada renascer um nascer de novo, e de novo, de novo....
Delicioso ciclo.
Tão bom ser mais de uma e poder me reencontrar a cada nova vida num mesmo corpo. 
A vida às vezes me cansa. De uma lassidão surpreendente. Cansaço de dever comprido. Fadiga de quem quer mais. Mais vida para viver. E reviver um novo ciclo.
Delicioso ciclo.

São só reflexões.

Texto sem nome, sem características ou  destinatários. São só reflexões.

Gosto de me isolar no oco de meus pensamentos. De perceber e sentir os fatos. De observar. Avaliar.  Há tanta coisa ao meu redor. Gosto do que me inspira a escrever. Não há nada mais inspirador que o ser humano, as pessoas. Suas diversidades, contradições, falhas... Tudo o que de alguma forma me faz refletir e exprimir minhas idéias. Gosto de apreender por meus sentidos o que me encanta e o que me desagrada no ser, humano. E por falar em admiração...
Tenho uma profunda admiração por quem vive sem julgar. Me encanta àqueles que são capazes de olhar o outro sem fazer críticas maliciosas, sem reputar. Que sabem ver e se calar. Compreender. Reconhecer no outrem o Humano. E acima de tudo, sem formular um pré conceito a respeito do que há de errado, no que é defeituoso no próximo. Gosto de quem reconhece que cada um é que sabe o que se passa em seu íntimo, quem compreende que julgar sem conhecer é um desacerto. Nenhuma pessoa pode se colocar no lugar do outro para perceber o turbilhão de sentimentos, frustrações, decepções e revoltas que cada um tem dentro de si.

Se a tua opinião não acrescenta, não ajuda, nem transforma, guarde-a para você. Há coisas melhores na vida que cuidar da vida do outro. Como cuidar da própria vida, por exemplo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Felicidade.

Que atrevimento, esse o meu, de intitular as  minhas palavras assim. Insensatez minha querer falar desta coisa chamada Felicidade. Eu, que mal posso senti-la. De leve. Íntima. Indescritível. Por vezes.
Eu nem sei como escrever, por onde começar. Impossível definir. O que eu estou tentando fazer?! Definitivamente. Eu não sei o que estou aventurando escrever aqui.
Como falar de felicidade?! De suas pequenas coisas, seus pequenos gestos. De suas inúmeras faces...
Eu queria ir além dos discursos e das frases feitas. Além do que se sabe e não se pratica. Mesmo que o que eu fale também não seja praticado. Queria uma outra forma, um outro modo de exprimir o inexprimível. Talvez de uma forma mais simples. Simples, como a Felicidade me parece ser.
Há tanta dificuldade tola para encontrar a felicidade. Talvez o medo de assumir-se feliz faça as pessoas se distanciarem do seu significado. Tudo intercorre ao derredor dessa tal busca pela felicidade. Talvez as pessoas não queiram se desfazer desse objeto de esperança.
A felicidade não precisa ser uma busca eterna, nem um objetivo final. Ela deve ser pra já. Agora. Pode e deve ser uma coisa a ser constantemente acrescentada ao invés da triste sina de ser uma infindável procura. Não há o que procurar. A felicidade é. Basta sentir. Querer sentir.
Nos concentramos tanto na busca que nem percebemos a presença. A Felicidade é como aquele objeto que procuramos desesperadamente, em todos os lugares, e ele está logo ali à nossa frente, mas tamanho é o desespero de encontrar que passa despercebido. Não conseguimos enxergar. Basta que esqueçamos da procura e, simplesmente, aparece. 
Para falar a verdade, acho que modifiquei minhas idéias. Falar de Felicidade é muito mais simples do que eu entrevia. Sentir é que é difícil. Deixar-se sentir é que complica. Então, esqueça-se. Deixe-se. Largue-se. E sinta. A Felicidade já está em você.
Preciso descomplicar essa coisa chamada Felicidade. Ela é simples demais para ser descrita em palavras. E eu, já escrevi demais.

Malas prontas

Minhas malas estão sempre prontas. Acho que eu sempre estou de partida. Há sempre um novo caminho a seguir e preciso estar preparada. A vida, continuamente, me leva para rumos desconhecidos, ou me faz voltar a caminhos já percorridos. Minha frustração, a de voltar sem querer.
Às vezes o destino me trai. E eu retorno aos lugares que desejei jamais regressar. Por isso decidi não mais desfazer as malas. E aceitar os caminhos que a vida me traz. Não vou mais fazer promessas futuras de não mais voltar. Vou fazer menos planos. Seguir as trilhas que o destino revelar. Manterei as malas prontas. E não terei pressa de chegar. Nem de partir. Vou viver o que há pra viver. Aceitar. Me conformar. Seguir. Sem medo de ser feliz.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Amanhecer

Meus sentimentos se transformam da noite pra o dia. Tenho sentimentos que dormem em meu coração e acordam no meu esquecimento. Não! Eu não sou tão vulnerável assim. Eu não mudo entre o crepúsculo e o amanhecer. Na verdade eu apenas modifico o meu modo de pensar e refletir sobre aquilo que sinto. E isso me confunde. É que às vezes sou tomada por uma emoção evanescente, adversa à aquilo que penso. Sensações que veem de encontro à razão. E causam uma desorganização profunda entre o que penso, o que sou e o que sinto. Há um desarranjo em mim. Estranha confusão de me ser.
É nesses momentos de desalinho que, definitivamente, não consigo definir o que sinto, e o que desejo. Aliás, desejo não sentir. E manter a sintonia comigo mesma. Há uma certa estranheza em me ser. Em sentir e não saber. Não sei. Uma vontade louca de cessar o pensamento, de estagnar meu coração. Tento fugir de mim e sempre me encontro no fim. Não há nada a fazer. Entrego-me, então. Entrego-me ao nada e ao não saber. Entrego-me a mim mesma, mesmo desconhecendo-me. Entrego-me ao sono. E ao desabrochar do sol, percebo. Foi apenas um instante. Foi apenas devaneio. Assim como antes sei o que é realmente é certo para mim. O que quero e devo sentir. Passou. Foi apenas uma combinação de idéias desconformes. Voltei ao controle da situação. Alívio.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Inabalável.

Eu posso todas as coisas. Eu tenho todos os sonhos. Tenho em mim os desejos do mundo. Quero o impossível.
O que eu preciso eu tenho. Acreditar é o que me basta. E eu vou me manter assim, inabalável.
Se o universo não conspirar a meu favor, se eu cair, não me importa. Eu sei me levantar, sei remar contra a maré. Tudo o que tenho me basta. E o que não tenho, é porque não me faz falta. Tenho todas as armas para chegar onde quero. Saberei insistir, a hora de desistir. E o tempo certo de continuar.
A minha força está no que sou. E o que sou, é mistério, matéria oculta, incompreensível. Inexplicável. Minha força é invisível aos olhos. E o que sei  se esconde no que que sinto, no que pressinto, e no que preciso.
O que ainda não sei a vida me ensinará, o que não passou, a mão do tempo vai curar. Tenho na bagagem esperança suficiente para continuar a caminhada. E no coração espaço bastante para preencher-me de emoções. Sensações. Segredos.
Eu não desisto. Eu sei o que posso. Só preciso, é definir o que eu quero. Todos os desejos do mundo estão em mim. E a força está na minha vontade. E eu não vou me abalar.
Eu vou me manter assim, inabalável.

domingo, 22 de maio de 2011

Inteiro

Amores pela metade não me satisfazem, meias amizades não me convencem,
um quase sorrir não me contenta, um pouco de paz não me tranquiliza,
estar perto não diz que cheguei, "foi por um triz" não me consola.
Eu não me dou em pedaços, não quero meias esperanças, nem ser feliz pela metade.
Não quero meias palavras, não gosto de meios termos, não quero meias verdades
se for pra ser, que seja. Por inteiro !

sábado, 21 de maio de 2011

Me devore.

"Eu gosto de errar. Sinto o cheiro e gosto dos meus erros e simpatizo com eles. O certinho me causa desconfiança. Antipatizo com o correto. Prefiro a minha infelicidade com flashes de felicidade momentânea... Esperar não é para mim. Produzo teorias que não servirão para nada. Invento palavras que não existem, faço meu próprio dicionário. Crio definições que só eu uso e, ainda por cima, me mato de rir. Prefiro a minha insanidade com flashes de sanidade instantânea... O que presta é o que me interessa. O que eu quero, agarro. O que eu desejo, abraço. O que eu sonho, desenho. O que eu imagino, escrevo. O que eu sinto, escondo. A perfeição está no meu humor. Está na minha emoção. Está nas minhas linhas tortas e devaneios tolos. Nem sempre minhas ações condizem com as minhas palavras. Me conheça. Me decifre. Me ame. Me devore"
                                                                                                       (Clarissa Corrêa

Meus erros

Já nem sei quantos erros eu cometi, quantos ainda cometerei. Tudo o que sei é que erro, e aprendi a assumir meus erros. Mesmo que os assuma apenas para mim. Creio que isso é o primeiro passo. Reconheço que errei.
E quero continuar errando. Pelo menos enquanto ainda for necessário, afinal, ainda não encontrei a fórmula da vida, nem tenho a esperança de um dia encontrar.
Enquanto isso, me permito falhas. Não pelo prazer de errar, mas pelo desejo de aprender. Eu sei que não vou acertar tudo de primeira. Ainda há muito o que provar, que descobrir. Ainda há muitos erros à minha espera. E eu, vou ao encontro deles. Porque sou livre. E a minha liberdade me permite errar. Não vou me aprisionar ao medo de nunca cometê-los. Não vou me privar de tentar. De experimentar. Vou me aventurar. E enfrentar as consequências. Porque será necessário. E porque, só assim vou consegui transformar os erros em alicerce da minha força, e construir o que realmente sou. Vou arriscar acertar sempre.
E se eu errar?! Vou tentar afirmar: os velhos erros deixo para trás! Ao menos vou tentar. É que ainda estou aprendendo a conviver com os meus erros.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Espero que não seja tarde,

Tarde demais para as minhas decisões, para as minhas novas escolhas. Desejo que não seja tarde para mudar a direção. E tomar um novo rumo. Que ainda dê tempo. E embora eu não saiba medi-lo, espero que seja cedo. Talvez eu tenha me demorado um pouco, mas acredito que ainda esteja na hora. Espero que não seja tarde para plantar novas sementes, que dê tempo de colher os frutos. Que eu possa reconstruir a minha vida. De um jeito diferente. Que haja tempo para mudar. Que haja tempo para o tempo que vou precisar. Que eu tenha feito a coisa certa. Antes que seja tarde demais para corrigir as falhas. Espero que o tempo me dê tempo suficiente para me superar, para me curar e me desfazer dos velhos caminhos. Que seja cedo para reconstruir. Para refazer. Talvez nunca seja tarde para tentar. Eu só espero que nunca seja tarde para viver. Ainda preciso de muito tempo para isso. Eu acho. E talvez o tempo nem exista, mas ainda assim, eu desejo que haja tempo, pra tudo que eu precisar.

Minha fraqueza é minha força.

Estou tentando sobreviver ao meu caos. Tentando me ajustar nessa profunda desorganização interior. Buscando armas para me proteger dos sentimentos. Das dúvidas. Do que eu sinto. Estou tentando criar uma força que me sirva de alicerce. Uma força sustentada pela crença e pela minha imaginação. Uma força que mais discurso do que sinto. Sim, porque ainda sinto uma fraqueza. Às vezes, ainda me sinto frágil. Mas eu tento ignorar essa falta de força. E ignoro. Porque eu quero. E porque eu preciso. Preciso ser forte. E me manter firme. Preciso defender as minhas escolhas. Preciso ser fiel às minhas decisões. E isso exige muito de mim.
Aliás, minhas escolhas exigiram mais de mim do que eu havia imaginado. E eu preciso de força para resistir à minha fraqueza. Para não me entregar. Preciso me manter inabalável. E forte.
Pois, pior que escolher o caminho, é manter-se nele. Estável. Inquebrantável.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu ainda me permito.

Eu ainda tenho sonhos.
Ainda faço planos. Ainda acredito no impossível.
Ainda me permito fantasias, ilusões, utopias...
Às vezes, ainda me permito ter coração, e confessar meus sentimentos.
Permito-me ainda a ingenuidade de alimentar os sonhos. Imaginá-los possíveis. Imaginar.
E acredito. Ainda acredito no amor, na paz, na vida. E às vezes, ainda me permito revelar esse meu lado sensível.
Ainda creio nas pequenas coisas, nas grandes realizações, nas pessoas.
Ainda me permito a fé, a esperança. Acredito numa força maior que a minha vontade. Às vezes, ainda ouso ser forte.
Permito-me ainda, a dor, o sofrimento, a saudade. O pranto. Permito o medo, a coragem, a conquista. Me permito realizar.
Permito que a alegria e o riso me tomem sem explicação.
E, ainda, permito-me a felicidade! Onde quer que ela esteja.
Eu ainda me permito sonhar!


Sorte?!

Penso... penso... penso.... Não consigo controlar minha imaginação ! Às vezes tola, outras intensa...
Meus pensamentos desabrocham sem cessar. E eu penso.
Em coisas inusitadas. Em coisas sem sentido, às vezes. Mas não consigo me conter, acabo jogando minhas idéias no ar. Me jogando.
Pensando em mim. Pensando na vida. Pensando em nada... Pensei na sorte !
Queria ter nascido com a sorte impregnada na minha pele. Sorte de quê?! Ah, sorte de nada, de qualquer coisa... Sorte, apenas. Talvez seja essa vontade de viver uma outra vida, ser outra coisa, ter o que eu não tenho, ser o que eu não sou. Mas, seria isso?! Sorte seria destino?!
Definitivamente, há um hiato considerável entre a sorte e eu. Raras vezes nos encontramos por aí. Mas sempre no tempo certo, confesso. Aquela sorte incerta, imprevisível. Desejada, meio sem jeito.
Talvez meu desejo de sorte seja preguiça, fraqueza. Ou talvez eu o diga por não tê-la e cobiçá-la. Talvez seja o medo de reconhecer que somos capazes de realizar por nossas próprias forças, ou apenas desculpa para não nos julgarmos capazes de realizar. Talvez seja medo de se entregar ao real e render-se ao acaso.
Se eu tivesse a sorte de ter tido um pouco mais aqui, um pouco menos ali... Se fosse diferente... Se eu pudesse... Ah...Se eu tivesse tido sorte... Seria diferente.
Mas talvez eu continuasse pensando igual. Me perscrutando assim.
Se sorte for destino tentarei me acomodar as circunstâncias da minha vida. Mas é que às vezes acho que a sorte é só o tempo. No seu tempo certo.
E me abrigo nessa vã percepção do acaso. E me tranquilizo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Caminhando...


Livre. Leve. Calma.

Vou trocando passos e seguindo meus caminhos.
Na bagagem apenas um coração vazio e uma alma desconcertante. Deixando tudo. Levando nada.
Desejando, apenas.
Flutuando entre a esperança e o temor... Buscando. Querendo encontrar.
Liberto a minha mente e pensamentos soltos me fazem companhia...
Os pés cansados vão me guiando. Devagar. Por trilhos e trilhas desconhecidos. Sem rumo. Sem direção.
Caminhando. No compasso das batidas desritmadas do meu coração. A passos curtos. Desajeitados. Desordenados. Sentindo apenas a respiração. Seguindo.
De encontro ao destino. Em busca de caminhos inencontráveis. De sensações inigualáveis. Cores. Sabores. Tentações.
Plantando expectativas. Às vezes colhendo frustrações. Colecionando sonhos. Guardando meus devaneios e perdendo-me por entre a imaginação. Conduzindo um pé adiante do outro. Me deixando levar...
Desejando chegar à algum lugar. Querendo estar no caminho. Desejando chegar.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Coisa sem nome.

Há algo que ainda não sei. Apenas sinto. É como uma visão se formando à minha frente, feita por mil pensamentos que parecem ultrapassar a minha imaginação e beirar a estrada do real. É como se a minha vida se desenrolassa para um fim, ou para um meio, ou sei lá o quê, não importa. Como se eu caminhasse milhões de caminhos diferentes que os levassem a um único lugar. E é esse o lugar ao qual  a minha mente me leva. Como num fio de pensamento eu me visse através de mim, um pouco mais à frente. Um pouco distante. Num futuro, talvez.
Como se eu soubesse de alguma forma o que eu viveria. Como se eu estivesse a espera de mim.

Talvez isso não seja visão. Talvez seja fé, esperança, ou desejo, ou tantas outras coisas. Talvez seja uma coisa sem nome. Ou apenas uma maneira de fugir e me refugiar do presente. Lento. Ansioso. À espera. Ou talvez a crença de que eu mereça recompença, por estar vivendo.
Ou viver é a recompensa?!
O fato é que vejo. E sinto. E pareço às vezes querer pegar o que só meus olhos cerrados conseguem ver. Mas eu ainda não o alcanço. Prefiro então deixar pra lá. À minha espera. Eu sei que em algum lugar tudo estará lá. Intacto. Imóvem. Inexorável. In. E lá.
Ah.... minha imaginação !

Palavras

Definitivamente.
Não consigo escrever pequeno. Não consigo encurtar os termos. Quanto mais palavras eu detenho mais eu as quero possuir. Elas saltam de minha boca, dos meus pensamentos. Vão se esparramando, cravando cada letra nos espaços em branco, em cada fresta de papel.
Os rabiscos vão se alongando como uma distração...
Compulsão. Vício. Necessidade.
Elas me ultrapassam sem que eu as percebam, me traduzem, me revelam, me escondem. Me sufocam. E asfixiada, perco a fala e encontro as palavras. Ávidas. Lívidas. Vorazes. Elas me consomem, d-e-l-i-c-i-o-s-a-m-e-n-t-e.
E eu também as devoro.
E para não correr o risco de perdê-las ao vento eu as registro. Redijo. Escrevo-as.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sejamos egoístas !

Pra quê se preocupar com o que os outros vão dizer, com o que pensam, o que vão falar. Ninguém vai viver a sua vida por você. Ela é sua. E isso independe da opinião de quem quer que seja.
Ninguém vai assumir os teus erros, encarar tuas consequências, sofrer as tuas dores. Você é o responsável pela vida que leva. E que vive. Os outros são apenas figurantes, ou meros espectadores daquilo que tu fazes. E realizas. Deixe de lado as opiniões de quem não te importa e , principalmente, de quem não se importa com você. Deixe as intrigas rolarem. Viva. Absorva só o que há de bom. Ninguém, além de você mesmo, vai poder se arrepender de não ter feito, não ter dito. Ter desistido ou ter tentado. O que você vive cabe a você. E ser feliz ou não será consequência do que fizeres com o teu coração e não pela mente alheia. Aprenda a olhar só pra você, a realizar só por você, a amar só a você. E quando conseguires, todo o resto já terá se realizado. É amando a si que se pode amar o próximo. Verás que os caminhos a seguir será escolha tua. E tuas escolhas serão sempre TUAS escolhas. Ninguém vive a vida do outro, e sim a própria vida. Entenda. Um pouco de egoísmo às vezes é bom.

Ser é perigoso

Tenho tentado. Estou tentando manter uma distância razoável de mim mesma. Não sei até que ponto estou vulnerável ao sabor das emoções que por vezes me deixo tomar conta, inconscientemente. Inconsequentemente. Sou presa fácil dos meus sentimentos.
Pensamentos traiçoeiros. Sentimentos confusos. Sou o que de mim ainda não se revelou. E acredito que manter um certo afastamento do meu eu é essencial ao meu equilíbrio. À minha razão. E tenho dito. Às vezes sou um risco para mim mesma. Saber resistir às tentações de minha mente, me defender da minha própria imaginação requer uma pequena dose de frieza, e uma pequena porção de indiferença. Preciso estar sempre atenta aos meus movimentos. Vigiar cada ação, antes mesmo que ela se forme em meu pensamento. Me observar. A cada milímetro de segundo que separa um instante do próximo instante que virá. Mas de longe. Não posso me aproximar em demasia do que sou. Porque não sei se me conheço ao ponto de me entregar totalmente. Não posso me render ao prazer de ser o que sou sem antes saber o que sou. Quem eu sou. Pretendo sim, entregar-me ao doce sabor de viver no que de verdade há em mim, render-me ao eu que existe nesse meu ínfimo ser. Mas isso será feito aos poucos, paulatinamente. Por enquanto prefiro deste modo. Vou manter uma certa distancia de mim.

domingo, 8 de maio de 2011

Coração.

Olha, vou te revelar um segredo. Não. Não é segredo ! Nem mistério. Embora eu seja sempre um mistério para mim mesma. É apenas um detalhe que preciso esclarecer. Na verdade é somente uma verdade que preciso expulsar de mim. Preciso dizer porque meu coração se transformou. O que na verdade não aconteceu. Não é que ele tenha endurecido, secado. É que na realidade estou vivendo sem meu coração. Precisei me desfazer dele por um tempo. Tive que arrancá-lo de mim . Não aquele coração que pulsa. Mas aquele que sente. E não é que eu queira deixar de sentir. Só queria deixar de sofrer. Por isso achei sensato me distanciar um pouco desse poço de sentimentos. Também não o abandonei, apenas o guardei. Para que ele descansasse. Estava precisando se acalmar um pouco. E agora eu que vivo sem o meu coração me sinto aliviada. Previsível. Esperando o momento em que de novo eu vou tê-lo. Esperando a hora de sentir mais uma vez e de me entregar às sensações. Mas por enquanto, deixa ele por lá. Está bom assim. 

sábado, 7 de maio de 2011

Pratique o desapego

Desagarre-se de tudo o que te incomoda, tudo o que te faz sofrer. Seja forte o suficiente para se libertar de você mesmo. Às vezes nos agarramos a certos sentimentos por medo de se desfazer. Quase sempre guardamos dentro de nós pequenos detalhes que não trazem felicidade, porque imaginamos que esse algo de alguma forma fará falta . Mesmo que não seja bom. E talvez até faça. Mas é necessário libertar-se. Estamos sempre criando resistência no momento de  abandonar. De abandonar-se. Temos medo de nossas decisões. Das mudanças. Do desapego. De deixar que as mágoas se percam e que talvez nos percamos com elas.  E no medo de não mais nos reencontrarmos adiamos sempre o desprender-se das coisas. É preciso esvaziar-se. Dar lugar ao que é novo. E bom.
A vida sempre nos oferece novos caminhos, mas para segui-los é preciso desvencilhar-se dos velhos atalhos. Tomar um novo rumo, livre de tudo o que passou. Aberto a todas as novas sensações. Abandonar sem medo. E até abandonar o que traz sofrimento às vezes dói. Não pela dor que o sofrimento traz em si. Mas por que tudo tem uma história. E será preciso se desfazer dela. É preciso coragem. Não é fácil aceitar uma derrota, uma frustração, uma desilusão. Reconhecer que é a hora de desistir. De tomar um novo destino. Mas eles, os desalentos da vida, não devem ser carregados ao longo de todo o caminho, como um fardo. Podemos nos desfazer deles. Haverão novos obstáculos, novas cargas a serem carregadas. Tudo deve ser vivido no seu tempo. E desfrutado no seu momento. Até que se perca o sabor. Aí então é hora de se libertar. E praticar o desapego.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Isso, eu ainda não sei bem

Não. Não quero saber o que a vida quer de mim. Não me importa. Quero sim, é saber o quero eu quero da vida. Isso, eu ainda não sei bem . Mas o que importa é fazer o que desejo da minha vida. E não o contrário. Não quero ser a obra, quero ser o artista. Quero pintar a minha vida ao meu estilo. Deixar a minha marca impressa no tempo. Ser o autor da minha história. O compositor das músicas que se tornarão trilha sonora desse meu enredo. 
Vou ser o diretor dessa minha peça de teatro. Dirigirei cada cena. Comandarei cada ato. Contornarei os imprevistos. Improvisarei, caso necessário. E no fim darei a essa história um belo final feliz! Não quero mais saber de destino. De agora em diante, Eu,  serei o meu destino.

Sinta.

Despreocupe-se. Desarme-se. Liberte-se. Sinta. 
Sinta tudo o que houver de bom. Descubra tudo que há de bom em viver. Sinta o vento tocar sua pele, os raios de sol aquecendo levemente o seu corpo. Deixe-se flutuar. Desprenda-se. Abandone tudo o que te faz mal. Esvazie-se. Renda-se. Delicie-se com a vida. Interrompa cada pensamento negativo. Afaste-se do que te machuca. Regue-se de bom humor. Sorria. Sorria sempre. Respire. Como se o ar fosse o mais puro. Sinta. Como se tudo fosse doce, suave. Largue-se, como se não houvesse nada a fazer. Sinta o silêncio. Escute apenas o seu coração batendo. Ouça. Sinta a vida dentro de você. Perca-se no tempo. Esqueça das horas. Das obrigações. Sinta o que há de bom em ser você. Imagine. Realize. Reflita. Desgaste-se com o que te dá prazer. Desligue-se pro que te atormenta. Despoje-se. Abra os braços. Sinta a paz. Aprecie-a. Descanse. Adormeça. Sonhe. Sonhe com o que você quiser. Fantasie. Cante. Dance. Seja.
Ame-se. Enamore-se. Apaixone-se. Se queira bem. Seja o que quiser ser. E seja feliz. Faça-o. E se não o fizer, ao menos tente.

Preciso ir.

Acho que chegou a hora. Há muito andei adiando o compasso das coisas. Digo, das coisas que realmente importam. Mas é que eu não sabia o que realmente importava. Por isso permaneci por tanto tempo. Não sei se mais tempo do que esperava, ou devia, porque na verdade não tive a noção do tempo. Ainda não a tenho. Mas eu sinto. Sinto que chegou a hora. Preciso ir. Não que eu tenha pressa de chegar. Mas é que a caminhada será longa. Terei pressa em permanecer. Mas isso não sei se dependerá de mim. É por isso que preciso ir. E ir agora. Quero poder caminhar bem lentamente, me deixando levar,  suavemente,  pelo caminho que ainda desconheço. E nem quero conhecer. Não ainda. Quero poder ir desbravando-o sem pressa. E ir sentindo cada sensação. Sentir cada pulsar acelerado do meu coração quando estiver chegando ao meu destino. A mala. Essa, há muito já está aprontada. E, por ter se passado tanto tempo já estava sobrecarregada e precisei fazer algumas mudanças. Esvaziá-la e deixá-la mais leve. Assim seria mais fácil de carregá-la. Tive que abandonar alguns sentimentos já antigos, e desagradáveis, algumas marcas doloridas, escolher entre uma e outra recordação. Afinal, não daria para levar toda uma vida dentro da minha pequena mala. Pequena sim. Porque uma mala grande me seria desconfortável. Ainda tive que deixar um cantinho vago. Para as pequenas sensações que eu encontrasse pelo caminho e achasse que deveria carregar comigo. Há sempre algo que queremos levar conosco. E sempre algo que queremos deixar também. Bem, acho que agora a mala está feita. E eu já estou preparada. Carreguei o peito de esperança. Coloquei um belo sorriso no rosto. Calcei-me com confiança. e vesti-me de alegria. É acho que agora sim. Pelo menos acho que é só o que eu preciso para partir. E por falar em partir, preciso interromper nossa conversa. Já está na hora. Não quero me atrasar. Tenho que ir. Ah ! O destino? Ele se chama FELICIDADE
Te mandarei notícias de lá.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Escrevo

Escrevo. Como forma de subterfúgio, como refúgio. Daquilo que penso, que sinto, e às vezes acredito que sou. Ou me pareço ser. Por vezes querendo ser e por outras tentando deixar de ser o que minhas palavras transcrevem até mesmo inconsciente do que deixa registrado. As palavras veem até mim. Leves, soltas. Como o pensamento. Na verdade elas são o pensamento. E vão se entrelaçando. Delicadamente.
Deixando transparecer o íntimo e o oculto. O que por vezes não é revelado como meio de defesa, ou fraqueza. Ou sabe se lá o quê. 
Não escrevo como quem escreve um livro. Não tenho roteiros, não tenho enredo. Apenas idéias. palavras desatadas. Escrevo como quem quer, e precisa, se libertar. Libertar-me do que ainda desconheço. Ou que conheço tão profundo a ponto de não suportar. Escrevo desprendido, aleatório, desarrumado. Impessoal. Íntimo.
Escrevo tentando ultrapassar. Me ultrapassar. E ir além do que as palavras são capazes de expor. Talvez na tentativa de tocar. Ou ser tocada. Eu escrevo. Vou compondo as palavras, arrumando-as em forma de frases ou coisas sem sentido. Não é pra ter sentido. É só pra ser. Letras. Traços. Rabiscos. Sem sentido. Nem descrições.
Não descrevo. Apenas escrevo. 

Hoje, eu só vou viver.


Não vou contar o tempo, não vou me preocupar. Vou ser o hoje.  Intrinsecamente.

Ao menos um dia tenho que fazer assim. Abandonar-me à vida. Deixar que a brisa me carregue, invadir o tempo sem que ele me perceba. Entregar-me à sensação. Me deixar acontecer. Viver e esquecer que estou vivendo.
Ah... vou me perder! P-e-r-d-i-d-a-m-e-n-t-e. Assim, beeem devagarinho. Esquecer que há volta. E depois ir me descobrindo. Lentamente. Me desorganizar. Desfazer-me da forma humana, da essência, ou pelo menos esquecê-la. Ser. Indefinida. Ilimitada. Ser o nada e o tudo. Assim, ao mesmo tempo.
Hoje não quero chorar. Nem que seja de alegria. Vou secar cada lágrima que houver em mim. Interromper cada soluço desconsolado. Hoje eu não conheço o pranto. Hoje, eu, sou a alegria. Um sorriso desajeitado, canhestro, querendo acontecer. Sem intenções. 
Vou sentir cada molécula de oxigênio que penetrar em meus pulmões, como quem está recebendo um milagre. O que é. De fato. Vou despojar-me em um estado de contemplação profunda. Absorto. Ver a vida desabrochando. E acontecendo.
Hoje. Quero apenas chegar ao ápice de existir. Sem ambição.

Em busca do outro

"Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entra as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada. "

terça-feira, 3 de maio de 2011

Se jogue

Liberte-se de tudo o que te prende, te angustia. Se jogue, curta o som, a sensação, a emoção. Viva !
Não há tempo a perder. Sinta a vida se manifestando em seu corpo. Devore-a ! Agarre-a. Não a deixe escapar, não enquanto você puder. 
Cante, dance, pule, grite. Extravase ! Faça valer a pena. Do seu jeito, a seu modo, deixe sua marca. Esqueça o mundo lá fora. Você tem uma vida que é só sua. E cabe a você escolher como desfrutar. Não esqueça! Você tem uma vida que é só sua. Mas essa vida, ela é única ! Não desperdice. Arrisque.
Sem medo, sem receios. Encare. 
Erre. Mas não esqueça de aprender com os erros. Sofra. Mas jamais deixe que o sorriso e a alegria morram dentro de você. Sinta. Sinta tudo. Intenso. 
Vá guardando o que for bom, se libertando do que te faz mal, e viva ! Como se tudo tivesse sido flores. E não viva apenas, viva apesar. Apesar de tudo. Seja lá o que o tudo possa representar. Seja a vida, com todas as suas cores, sabores e delícias. Viva !



Presente, Presente, Presente.

Estou sempre vulnerável às sensações e às alterações de sentido, pensamento, sentimento.
Mas, o bom de sentir é que posso materializar e ir me esvaziando aos poucos do que não me agrada. E assim driblar o tempo. Isso, tempo ! Como eu queria que o tempo não se dividisse, queria que existisse apenas o Passado Presente  Futuro. Riscar o passado e o futuro que me acompanham sem cessar, maquinalmente.
Há instantes em que eu desejaria matar o passado. Queria que cada novo dia fosse realmente como um dia novo e não a consequência do dia que passou. Um compasso único. Queria esquecer o que eu senti ontem, o que chorei, o que sofri, o que sorri, e até o que foi feliz. Só pra me livrar da triste lembrança de que tenho lembranças . E elas às vezes me incomodam até mais que o próprio acontecimento. 
Queria somente o presente. Contínuo. Limitado. Escoando pelas paredes das vinte e quatro que formam um dia. Meu desejo, pelo menos agora nesses instantes de meditação das coisas, era poder acordar leve, vazia, livre de tudo para poder viver um só dia todos os dias, sem ter que lembrar o que passou. e viver somente o instante que se passa. Único e definitivo.

thoughts '

Quando me encontro , no vazio de mim mesma, nunca sei o que me espera. 
De repente sinto o silêncio . E num átimo de segundo ouço gritos. Sereno, calmo . São meus pensamentos gritando no meu inconsciente. Eles  me transportam para um mundo desconhecido. Desconhecido e meu . Eu sinto que este lugar por onde os pensamentos me levam a flutuar está em mim. Em algum canto encoberto. Me liberto. E ao mesmo tempo me aprisiono. Entro num estado de meditação profunda . 

Incomodo-me. Não consigo fazer outra coisa senão o pensar. As idéias vão tomando conta de mim, e pouco a pouco devorando-me, penosamente, até que eu me torne o próprio pensar e deixe de ser eu. E já não existo. Sou o pensamento, a idéia solta, a fantasia, o imaterial se realizando em um outro plano.

Por vezes tentando ser corporizado pelas poucas palavras que consigo organizar quando penso, ou quando estou deixando de ser pensamento e entrando no meu orbe.
Mas , enfim... O que tanto eu penso?! Ah, isso eu já não sei explicar, é matéria oculta, incompreensível, que surge e evapora da mesma forma . Súbita. E eu só sei que exite.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Gritos.

Há gritos contidos dentro de mim. Por isso vivo sempre querendo manter certa dose de equilíbrio entre mim, o que sou e o que faço. Na tentativa de impedir que meus gritos se mostrem ao mundo. Faço que não vejo. Finjo que não ligo. E vou acumulando inquietações. Vou me segurando. Me contendo. Mas há sempre um momento em que retorno à minha essência de humano. Alcanço o limite. Respondo aos impulsos como um ser de carne e osso. Grito. Não há outro jeito, sou ser humano, mesmo que não o queira, tenho sangue correndo nas veias, estou vulnerável a meus temperamentos. Expulso de forma violenta sentimentos que me incomodam, que gritam. Os faço gritar. E aos poucos até que a voz se finde vejo ecos do som se perderem no vento. Retomo o meu silêncio.
Sou o silêncio. Quase sempre. Mas quando saio de órbita sou grito. Um nota aguda às vezes sem ressonância. Às vezes carregada de maus sentimentos e inquietações. E às vezes apenas isso. Um grito.

La vie

A vida passa. Isso não é constatação. É apenas afirmação e enfatização de um fato relevente: A vida.
Como dito, ela passa. Mas a velocidade com que ela transcorre é imponderável. Assim acredito. É definida pelos movimentos e sensações com os quais a preenchemos. O viver, ele é sentido, intensificado, por vezes materializado e eternizado em nossa memória. Não é medido com o tempo, não é cronológico. Creio.
A vida pode ser efêmera ou infinita, depende da dose de emoção que colocamos nela. De como encaramos os obstáculos no caminho, como lidamos com as alegrias e principalmente com as tristezas. Como defrontamos com as frustrações,  como retribuímos, como nos doamos a vida.
O viver é algo que se aprende a cada dia. Quando acordamos e inconscientemente temos a confirmação de que continuamos vivos. E que a vida não parou. Ela continua passando. Basta sentir.
Imutável. Transponível. Intensa.
Como agora. 

Ai que vontade se solidão,


Sinto uma necessidade enorme de me recolher ao nada e ninguém, de me desligar do mundo e principalmente das pessoas, suas vozes, seus gestos.

Uma vontade de degustar o vazio, de abandonar-me no vácuo da existência. Gozar meu lado egocêntrico, do apego exclusivo de ser apenas eu.
Queria desconectar-me de tudo assim como se desliga um rádio ou uma tv que não se quer mais nem ouvir nem ver.
Queria ter o botão off em mim.
poder isolar-me de tudo, todos os sons, todos os tons, ouvir somente os meus pensamentos, ter como companhia apenas a insuficiente e ofuscante inspiração que por vezes me visita.
Não ter que compreender, que escutar, que calar, que compartilhar. Não ter que responder com meus impulsos às provocações do meu mundo exterior. Não ter que exercitar a cansativa tarefa da convivência. Não ter que conviver.
Ai que vontade de solidão !