Aos poucos.


Aos poucos eu vejo meu passado ficando pra trás. E isso me dá uma sensação de alívio que nem consigo descrever.
É sinal que a vida segue, e eu estou seguindo junto com ela.
Parece mesmo que as coisas voltaram a se encaixar.
Ainda assim, meu passo é meio desconfiado. Também não posso, nem quero, me iludir e achar que já está tudo bem, tudo certo do jeito que está.
Tudo tem seus processos, sua maneira de acontecer. E ainda há os imprevistos.
Eu tenho que está preparada para as surpresas, para o inesperado. Tudo tem um jeito certo, um tempo determinado, um porquê pra ser e pra não acontecer. E essas coisas eu também preciso entender, pra saber aceitar. E seguir.
Mas o importante mesmo é que as coisas aqui parecem se ajeitar. Talvez de um jeito ainda meio bagunçado, meio atrapalhado, mas é desse jeito que tem de ser. Porque o jeito, o modo, o tempo, a ordem, isso pouco importa, o que importa mesmo é acontecer.
E assim, aos poucos, aos trancos, eu vou me refazendo, reconstruindo o que em mim já não era eu. Abrindo espaços, retomando o compasso.
Aconchegando o que em mim permaneceu, deixando entrar o que de novo tem por vir, abrindo os caminhos, a casa, o coração.
De peito aberto, de mente tranquila, sempre no ponto de recomeçar. Esperando que o tempo passe com tudo o que tem de passar.
Só o que é bom fica. Só o que é bonito me interessa. Só o que tem de ser virá.

O resto, ah o resto deixa pra lá.

Um comentário:

  1. Desligar-se do passado é tarefa difícil porque, na maioria das vezes, mesmo sabendo que é o melhor a gente não quer fazer.

    Tem mesmo que deixar acontecer no tempo certo, sem pressão e, quem sabe, sem dor.

    Um beijo.

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