Hoje eu sei o quanto eu sou FORTE!

Porque só percebemos a nossa força quando reconhecemos nossas fraquezas. E só quando as reconhecemos é que somos capazes de lutar contra elas. E de vencê-las
E é por isso que hoje eu sei o quanto eu sou forte! O quanto eu me tornei Forte.
Mesmo sem saber de onde vem, às vezes sem saber pra onde vai, tanta força, toda essa força, pra falar a verdade isso pouco me importa. Porque eu sei que ela está dentro de mim, ela surge em mim. E isso me basta. Tem me feito bem. E me feito feliz.
E agora eu sei até onde eu posso ir. Que muito da minha fraqueza era apenas medo. Que muito do meu medo era minha fraqueza. Sei do que eu sou capaz. Do que posso ser capaz. Eu me surpreendi quando vi que eu era mais do que eu imaginava, do que ainda não tinha sido.
Eu percebi que a minha fraqueza estava em não querer ser forte. E, agora, reconheço a minha força. Eu me deixei ser forte. E mesmo ainda sendo fraca, tendo eu minhas fraquezas, sei que eu posso sempre mais. E que nas minhas fragilidades eu posso encontrar forças.
Porque só hoje eu percebi o quanto eu posso ser FORTE!

O que eu quero,

Eu só quero paz.
Não quero que você me entenda, que você aceite. Quero apenas que me compreenda.
Quero ser livre para ter e tomar minhas decisões. Quero poder fazer minhas escolhas. E deixar de fazê-las, quando assim eu fizer.
Eu insisti demais, dificultei demais, e agora eu já não sei como descomplicar. E não é que esteja complicado, mas é que certas coisas incomodam. Tiram a paz.
Eu só quero a minha vida no lugar. No lugar em que eu quiser. E quero que aceitem. Porque afinal a vida é minha (ou não é?!). Eu quero as coisas do meu jeito.
E o que eu quero se chama paz.
Mas não pense que vou me render, que vou ceder se você me prometer paz. Quero a paz que vem de mim, dentro de mim. E mesmo que os caminhos sejam difíceis, que seja mais doloroso, vou buscar essa paz do jeito que eu desejo. Por dentro e por fora. Sem ter que deixar de lado meus planos, minhas decisões. Sem me deixar de lado.
Eu posso até me cansar, mas vou continuar a persistir. Minhas decisões já foram tomadas, minhas escolhas já foram feitas. Estou refazendo meus planos. E acredite, eu não vou desistir.
Pode ser tarde demais pra você. Mas ainda é cedo pra mim.

Do meu jeito

Sou além do que você vê. Sou tudo o que você não vê, prevê, e um pouco mais.
Misturas, fusões, junções. Mil e uma em uma só. Vários jeitos, trejeitos, vários gestos, vários gostos, cores, sensações. Texto incompleto, rascunhos inacabados, sem roteiros, sem resumos, sem restrições.
Linhas tortas trilhando uma história. De qualquer jeito, a qualquer modo, do meu jeito, meio sem jeito.
Do jeito que eu gosto.
Gosto de intensidades, dos pequenos detalhes, de surpresas, de mistério. Tudo no melhor sentido das palavras, confesso.
De sentir, de ser, de transbordar. De ser tomada pelas emoções, e transcrevê-las. Quando me convém.
Gosto de me ver fluir, me deixa levar, de sorrir, de chorar. De sonhar. Sentir o gosto do que a vida dá.
Gosto do gosto gostoso de viver.
Porque meu jeito é sempre assim:
-sorrir, chorar, cair, levantar. Seguir. Caminhar. Sempre. Sem desistir.

Mudanças

A gente vive esperando que as coisas mudem, que as pessoas mudem... até que um dia, a gente muda.
E percebe que nada mais precisa mudar. A gente, era quem precisava modificar as coisas, os fatos, os sentimentos. Porque é só aí que as coisas acontecem.
Porque a gente tem essa mania idiota de colocar a nossa vida em outra vida, às custas de outra pessoa. E esperamos que ela dê jeito, (como se outra pessoa tivesse obrigação, mas ela não tem. A gente é que tem).
Só quando mudamos percebemos as coisas mudarem, percebemos que para certas mudanças o nosso tempo já passou. Que certas modificações já não nos interessa. Mudamos nossas prioridades. Reorganizamos as coisas. Reciclamos alguns sentimentos. Jogamos foras algumas sensações.
Decidimos o lugar de cada coisa, o que se torna passado e o que fica no presente. Fazemos escolhas, mudamos os caminhos. Seguimos por outros rumos.
Trilhamos um novo destino.
Fazemos a mudança acontecer. E isso é o que transforma. Isso nos faz perceber que gente muda o que tem de mudar. E percebe que a mudança que realmente interessa, está dentro de nós.
Só mudamos o que tem que mudar, a gente é que precisa mudar.

Eu acredito.

Eu sei que a muito há fazer, muito a ser feito. Eu ainda tenho muitos desejos.
Sou repleta de sonhos.
Ainda tenho um futuro pela frente (eu espero). 
Ainda acredito que coisas melhores acontecerão. Que dias melhores virão.
Eu sempre acredito.
Eu acredito que é importante acreditar. Mesmo sabendo das minhas frustrações.
Eu acredito sem pretensões, sem certezas. Acreditar, é um modo de levar a vida. Mais leve, mais doce.
É o meu modo de levar.
Já tive decepções, já esperei de mais, já quebrei a cara.
E eu aprendi com isso. Aprendi a esperar na medida certa. Se é que se tem medida. Na verdade aprendi a não esperar. Digo, não criar falsas expectativas, pra evitar frustrações, embora eu saiba que elas sempre existirão. Esperar é como ter certeza de que as coisas acontecerão de um determinado jeito. Do jeito que a gente deseja. E não é bem assim. Nunca é bem assim.
É por isso que não espero. Apenas acredito. E mantenho sempre comigo um pouquinho de esperança. Deixo sempre uma semente plantada pra que possa reflorescer sempre que eu precisar. Que eu desacreditar.
Dizem que é a última que morre. E eu espero morrer junto com ela.

Meu medo.

Eu não sei se foi tarde ou cedo de mais, ou quem sabe tenha sido no tempo certo. Na verdade eu nem sei quanto tempo ainda tenho, eu já nem sei quanto tempo se passou, já nem sei o que é o tempo.
Mas, o fato é que cheguei até aqui. E aqui estou. Firme, forte, confiante, conflitante. Aprendendo a lidar com meus sentimentos, dúvidas, tormentos, com tudo isso que grita, que se cala, que dorme e que vive dentro de mim. E estou lidando bem, muito bem ( quer dizer, pelo menos é o que eu acho).
Não. Eu não tenho o que reclamar da vida. Não agora. Não aqui. Onde estou.
Como estou.
Porque apesar de todos os meus pesares ( e como pesou! foi de calejar o coração.), o fato é que tudo isso me fez um bem danado. Tudo isso que falo é tudo mesmo. Tudo o que eu vivi, tudo o que eu senti, tudo o que eu passei, errei, sofri, chorei. Eu disse TUDO!
Confesso que nem sei como cheguei a esse estado de compreensão da vida. Também não é que eu não tenha mais o que aprender, muito pelo contrário há muito, muito o que aprender ainda. Eu também nem sei se toda essa minha organização é passageira. Sempre há uma coisinha pronta para nos tirar do sério, para nos tirar dos eixos, pra bagunçar a nossa vida.
Mas eu pretendo saber lidar com esse tipo de coisinhas também. Pelo menos eu pretendo (e espero conseguir).
E é disso que tenho medo. Medo dessa compreensão, dessa minha aceitação das coisas, da vida, de tudo. Tenho medo que isso acabe. Que eu me desorganize, (é.às vezes tenho medo da desorganização). Tenho medo de mim. Medo de falhar, de me perder do que sou, do que me tornei. Medo de perder em mim essa certeza que eu posso ser feliz. E sou.
Tenho medo de viver tudo aquilo que eu fiz questão de esquecer, de perder esse jogo de cintura, de perder o controle de mim. Tenho medo desse medo. Que me atormenta, me incomoda, me inquieta. Mas que é só medo, medo do que ainda não vivi e espero não viver, ou reviver, não importa. Apenas medo.
E ,eu, só desejo que ele passe, que a vida passe, que meus desejos permaneçam. Que permaneça em mim esse equilíbrio e essa certeza de que tudo passa.
Inclusive o medo.

Se cuide.

Não importa se as coisas deram errado. Sempre é hora de recomeçar.
Não importa quantos erros foram cometidos, o importante é que se aprenda com eles. E que os erros, sejam sempre NOVOS erros.
Liberte-se de tudo o que não te fez bem. E o que não te faz. Esqueça o que passou, deixe de lado o que te faz sofrer, o que te faz não querer viver.
Enfrente, tente, consiga! Você vai perceber que é maior que o que você pensa. Sua força não está no seu tamanho, mas no tamanho da sua fé. Aquela que pode remover montanhas, lembra?! Mas, somente se você crer.
Não importa se os caminhos não tenham sido sempre floridos, se tudo tomou um rumo diferente do que você planejou. Supere. Esqueça. Apague (se puder).
Não se prenda à velhos erros, à antigas frustrações. Se preocupe em fazer diferente. Tente. Ao menos tente.
Corrija as falhas, encare o medo, arrependa-se, peça perdão, perdoe. Queira bem, faça o bem, cuide de quem te quer bem.
Faça o que VOCÊ acredita ser o melhor pra você. Pela razão ou pelo coração, não importa. Faça o que vier de você e para você. Seja você.
Não se prenda, não se renda, não desista.
Se liberte, se jogue, se cuide, se ame, viva.
E afaste de você tudo o que não te faz FELIZ.

Não cabe em mim

Tenho tentado controlar toda essa minha ânsia de viver. Não cabe numa vida só. Não cabe em mim. De repente me vejo pequena dentro do meu corpo.
Meu coração, minha alma, minha vontade de viver transbordam. Eu não consigo traduzir. Não sei explicar. É uma sensação que não consigo decifrar.
Me sinto aprisionada em meu corpo. Sem espaço. Sem ação.
Limitada dentro dessas linhas que me contornam.
Estou precisando me libertar. Precisando ser mais.
Querendo mais.
Querendo destilar toda essa minha vontade de viver.
De fazer valer.
Querendo libertar as emoções, as sensações, tudo isso que não cabe em mim. Querendo dizer à vida que 'eu estou aqui'.
Preciso me abandonar. Abandonar esse corpo que já não cabe em mim e libertar esse meu anseio de viver. Vou procurar um corpo que me caiba, eu e esses meus sentimentos que já não sei onde colocar, um corpo que caiba minha alma e todas minhas vontades.
Preciso de novos limites. Aliás quero não ter limites. Pertencer ao mundo, à vida. Despertencer de mim.
Há muita vida para viver e eu preciso dar conta de tudo isso, preciso conter tudo isso, essa vontade de ver, viver, e ser feliz. Que já não cabe em mim. 

Ai de mim!

Preciso, urgentemente, parar de gastar o meu latim e gastar minhas energias. Se as coisas teem que ser feitas, Que sejam feitas!
Chega de discursos bonitos, de palavras que enchem os olhos. Chega! Já passou da hora de arregaçar as mangas e trabalhar. Chega de falações, de promessas, de projetos. É hora de realizar.
Se eu é quem estou encarregada de colocar as coisas em seus lugares, que seja feito já! Prometer é muito cômodo, muito confortável. É muito fácil ficar aqui sentada e falar sobre o que eu acredito, sobre o que é certo, sobre o que eu tenho que fazer e... só! É preciso mais que isso. É preciso me libertar desse comodismo, dessa preguiça, dessa falta de ação. Preciso realizar tudo o que eu planejei para mim.
Cansei de mim. Dessas minhas falsas promessas, dessa minha falta de atitude, de coragem, de disposição.
Se eu não agir agora, já, imediatamente, aiai, vou tomar sérias atitudes comigo!
Vamos entrar nos eixos, mocinha! Quantas coisas há para arrumar, quantos livros esperando para serem começados  e terminados de ler, quantas matérias para serem estudadas. Quantos pingos esperando serem colocados nos 'is'.
Ando dando muito trabalho para mim! Mas eu acho que agora eu me coloco no jeito.
Ai de mim....

A vida é mesmo assim,

A gente passa por uma porrada de coisas, faz um monte de besteira, comete um monte de erros (alguns necessários, e outros, às vezes inúteis), sofre horrores, chora, grita, berra, tem vontade de se matar, só pra se dar conta de que a vida é assim mesmo. Tudo isso é necessário, é construtivo. Nos fortalece.
Mas a gente só se dá conta disso depois que PASSA por tudo isso.
Só depois de quebrar a cara é que percebemos que estávamos agindo errado. Só depois que a gente sofre ( e sofre muito, não é pouco não!) é que percebemos que de nada adiantou o sofrimento. Que sofrer só piorou a situação. Só depois de ter desfeito toda a complicação que fazemos é que nos damos conta de o quanto tudo era mais simples.
A gente aprende, que mentira não leva a nada , que sofrer não faz parar de doer, que fugir não resolve problema, que o medo só atrapalha, que o amor só é bem vindo quando existe o amor próprio, que nem tudo é como a gente quer (e na maioria das vezes quase nada é.), que saber esperar é quase uma obrigação e ter esperança é mais do que necessário. Com o tempo a gente aprende que tudo tem seu tempo ( que quase nunca é o nosso!). Que é preciso respeitá-lo. A gente aprende tanta, mas tanta coisa. Aprende principalmente que é preciso passar muitas coisas só para a gente aprender.
A viver. A ser feliz.
E que ser feliz não é questão de poder e sim de QUERER!
Porque a vida é mesmo assim... basta descomplicar.

Deixa.

Deixa que digam, deixa falar. Deixa acontecer.
Deixa de lado o que não te faz bem, deixa pra lá quem não te quer bem.
Pra quê se preocupar com quem não se preocupa com você? Pra quê se importar  com o que não é realmente importante? Pra quê levar uma vida à toa. Sem aproveitar?
Deixa.... Deixa rolar.
Deixa que a vida te leve, que os sonhos te carreguem. Seja você.
Deixa que tudo aconteça como tem que acontecer. Viva, a sua vida.
Joga tudo pro alto, vira de cabeça pra baixo. Mergulhe! Arrisque. Se jogue.
Liberte-se!
Deixa pra lá essas coisas que atormentam, que atrapalham. Despreocupe-se.
Deixa tudo se ajeitar em seu lugar.
Deixe-se.
Despreocupe-se. Largue-se.
Desarme-se.
Deixa... Deixa tudo pra lá e vem viver que ainda dá tempo!

Ilusões

  É nas minhas ilusões que às vezes me perco, às veze me acho. Quando o mundo é demais para mim eu me refugio nesse meu mundinho de utopias, de sonhos, fantasias. Só pra descontrair. Não é que eu goste de me iludir, gosto apenas de imaginar. De criar possibilidades, e não falsas expectativas. De brincar com minha imaginação. E com os meus sentidos.
O problema é que às vezes eu fico presa nesse mundo de ilusões.
As coisas parecem se misturar, embaralhar, sair de órbita.
É meio confuso, meio sem graça. Mas no final é sempre bom.
Seja pelo doce que fica na boca, seja pelo alívio que fica no coração.
E pra ser sincera., ás vezes gosto de fugir do real e me perder
 nesse mundo de ilusão.

Agora e já!

Destinos desencontrados, caminhos entrelaçados. Rumos desviados. Confusos.
E apesar de tantos encontros, desencontros, tantos rastros deixados, tantas marcas que ainda carrego, não consigo sentir em mim Saudade, essa palavra que já nem sei como pronunciar. Perdi em mim a melancolia do passado. Me sinto livre do que senti e liberta para experimentar sensações ainda não degustadas. Já não sinto vontade  de voltar ao passado, de reviver, refazer. O que passou passou. E ficou. Lá. Intáctil. Imóvel.
Tenho vivido c-a-d-a dia. E só. Tudo o que se torna 'ontem' se perde de mim. Vou vivendo de presentes. Do que vivi deixo apenas as pegadas para que eu saiba por onde passei, o que senti e o que vivi. Sem rancor, sem nostalgia. Talvez apenas como forma de aprendizado.  Tenho pressa em viver tudo. Em viver o agora. Em desfrutar do já. Talvez eu pense no futuro, mas eu foco mesmo é no presente. Vou construindo aos poucos minha história. Escrevendo cada capítulo e deixando-o de lado. Quem sabe ao final da história, aí sim, eu possa ler tudo com um pouco de saudade do que já se foi.
Mas por enquanto o que sinto é só vontade de viver, o presente, o hoje, o já.
O agora!

Mais de mim.

E nos momentos mais inusitados eu me pego a pensar na vida. Fora de hora. Fora de lugar. Na verdade não sei se há hora e lugar para se pensar na vida, mas enfim... Os pensamentos me corroem, e um turbilhão de idéias, palavras, projetos e desejos me consomem. Subitamente.
Penso na vida. Não na existência, no ser humano de um modo ampliado, mas na vida que é só minha. Que é o eu. Só e somente.
Vivemos, ou melhor, eu, vivo  (já que é de modo individual que retrato o meu pensar), preenchendo o calendário de segundas-feiras. Aquelas segundas de recomeços, de começos, de transformação. Projetos (a palavras que pairou pelo meu dia hoje foi projeto. Não o projeto de vida, mas o meu pensar me dirigiu a esse fio de raciocínio). Há sempre muitos, muitos projetos para o futuro. Mas de que adianta projetos para o futuro se vivemos o presente. O futuro é algo que está sempre à nossa frente. É preciso tudo para agora. Para já!
Semestre que vem eu faço diferente, mês que vem eu decido sobre tal coisa, semana que vem eu dou um jeito, amanhã eu começo aquilo lá. É sempre assim. Estamos sempre nos projetando para o futuro. Por comodismo, ou talvez por covardia, por medo de se arriscar. E mudar. Se transformar.
E foi pensando na vida, na minha vida. Em mim. Que resolvi mudar o time das coisas.
Pensei em como tudo poderia ser diferente ou poderia estar seguindo um outro rumo. Não estou falando de um outro destino, uma outra vida, me refiro à algo mais simples. Falo de pequenas coisas, pequenas atitudes que fazem diferença. Percebi que não doei à mim o máximo que eu podia me doar. Deixei muitas coisas para depois, que acabaram ficando para um nunca mais. Empurrei com a barriga e hoje chego a conclusão de que aqui onde estou não é o meu lugar. Eu quero estar muito mais à frente. Quero muito mais de mim.
Quero sorver o que puder, quero me esvair de tudo que eu posso me dá.
E porque eu sei quais são os meus limites, é que quero ultrapassá-los.
Não quero migalhas de mim. Quero o meu melhor!

Essas coisas

Não me peça para explicar. Eu não sei exprimir essas coisas. Eu só sei que tem algo aqui dentro de mim que transborda. Incessante. Impassível. Impalpável.
Eu nem sei decifrar essa coisa que foge de mim, que se derrama em sentimentos inexplicáveis. Pensamentos inacessíveis. Invioláveis.
Sensação de não caber dentro de mim. De não me pertencer. De não pertencer ao que eu sinto ou vice-versa. Um eu fora de mim. Um ser que me despertence.
Eu estou cheia. Repleta, dessas coisas sem explicações que acontecem dentro da gente. Dentro de mim. Sei lá.
Dessas emoções sem nomes e descrições. Dessa meditação tenra e profunda que em fração se desfaz e refaz e desfaz novamente. Seguindo o rastro da imaginação.
São essas coisas que tomam conta de mim. E mesmo sem que eu saiba explicar essas coisas de alguma forma me movem para algum lugar. E me preenchem nesse vazio de ser o que sou. E serei. E mesmo assim tenho pressa em cessar, em me livrar dessa coisa que mal sei explicar. É que não tem explicação.
Essas coisas são sentimentos, dos mais variados, profusos e baratos, desses que estão em liquidação.

Agora é assim

Meus passos, que antes inseguros calcavam sobre ilusões, agora pisam firmes. Em solo estável. Real.
O coração cessou de doer, as feridas cicatrizaram. As lágrimas secaram. Tudo aquilo que me angustiava já não me angustia mais. Viraram verbos conjugados no passado. Num pretérito imperfeito que não me pertence mais. Aprendi a domar o tempo. Ou me domar diante dele. Deixei de lado as fantasias, o sofrer que não cessa, a dor que parece não ter fim. Recebo de braços abertos o que a vida tem pra dar.  O que eu quero receber.  E o que desejo conquistar. Aceito. De braços abertos.
Porque não vou cruzar os braços. Nem me sentar à espera de um milagre. O meu milagre está em cada nascer e em cada pôr do sol. Vou desejar o que me cabe. Recolher o que me é dado. Agradecer. Viver. E agradecer. Porque eu já tenho tudo. E que não tenho Deus me dá. Eu já não peço. Só recebo. Agradeço. Vivo. E despejo no mundo minha vontade de viver. E ser feliz.
Porque agora é assim: Se não for me fazer feliz, que nem venha me incomodar.

Hora de reorganizar as coisas.

Eu sempre durmo cheia de esperanças, sempre me cubro de expectativas ao dormir. Fecho meus olhos aguardando os sonhos e o novo dia que se segue. Ansiosa. Esperando.
E, pouco a pouco, meus olhos entreabertos conseguem ver a luz de um novo dia. Digo, a luz do dia, porque a luz que espero em mim ainda não consigo enxergar. Dormi cheia de expectativas e acordei cheia de frustrações.
Que bobagem a minha. Acho que eu estava esperando um passe de mágica. Que tolice!
Pensei em amanhecer um dia diferente. Mas está tudo no mesmo lugar. Milimetricamente. Firme. Estável. Intacto.
Quando as coisas incomodam queremos sempre o diferente. Tudo mudado, modificado.
Eu só tinha esquecido que só, EU, posso fazer isso. Ninguém vai tocar em mim e transformar as coisas ao meu redor. Se tudo amanheceu igual é porque, talvez (ou com certeza), eu tenha amanhecido igual também.
Talvez antes de dormir eu precise modificar as coisas. Recodificar as sensações, remover certos sentimentos, tirar daqui, colocar acolá, pôr em outro lugar, fazer uma faxina nesse meu coração. 
Nenhuma força externa vai agir sobre mim  e modificar o que EU tenho que modificar. O que somente EU serei capaz de reorganizar dentro de mim. Porque só eu me conheço a ponto de saber o lugar certo de cada coisa. E tem tanta coisa. Tem coisas que eu até preciso jogar fora. E isso só eu posso saber.
Preciso parar de esperar. E acreditar que, eu (e somente eu) sou responsável pelo o que é diferente e  igual em minha vida. A mudança está em mim, não adianta vir de fora.
Acredite! Eu acredito.
Chega de esperar que as coisas se ajeitem, eu mesma vou colocá-las em seus devidos lugares.

Caminhos tortos

A vida me ofereceu os caminhos mais tortos para que eu me encontrasse. E só agora eu percebi. Não que os caminhos eram tortuosos mas, que eu precisava me encontrar.
Sempre criei falsas imagens, falsos caminhos e falsas verdades sobre mim. Não que tudo tenha sido de mentira. Não foi.  E muito pelo contrário. Tudo o que senti sempre foi muito verdadeiro. Mas era uma verdade que não me pertencia. Alimentada por ilusões. Por uma falsa felicidade. E agora eu digo, falsa, porque sei que só agora eu posso sentir a felicidade verdadeira. É que antes eu fui feliz sem mim. Só agora eu me encontrei. Essa é a diferença. Eu havia me esquecido em meio aos atalhos tortuosos pelos quais eu caminhei. E por sorte minha outros atalhos puderam me levar de volta à mim.
É bem verdade, também, que por ter sido caminhos tortos a minha vida ficou um pouco torta . Mas como eu sei que nada é perfeito eu guardo essas falhas. Quem sabe elas me sirvam de alguma coisa. Nem que seja de experiência. E elas servem.
E se é verdade que 'Deus escreve certo por linhas tortas' e no final dá tudo certo, meus caminhos mal endireitados hão de me levar à algum lugar. Que seja bom.
E que me faça bem.

O que eu estou sentindo agora.


Eu não sei. Eu sinto.
Há sempre uma coisa me puxando para cima.
Uma música, uma imagem. Um detalhe.
Ando me encontrando nas pequenas coisas.
E sabe aquela história de que a felicidade está nos pequenos detalhes?!
Pois é. Está.
Não basta muito, não precisa ser grande. Basta ser do meu tamanho.
E eu nem sou tão grande assim.
Felicidade na medida certa.
Eu não desejo muito. Quero apenas o suficiente.
Só desejo impossíveis realizáveis.
Só aquilo que me cabe. 
Estou aprendendo a respeitar.
O tempo. As coisas. A mim.
Cada qual em seu lugar.
E acredito que agora estou no caminho certo.
Por isso não posso parar.
Vou seguindo.
Com uma vontade de ser feliz que não me larga.
Eu não sei explicar. Mas sinto.

É só mais um dia.

Hoje o dia se enfeitou.
O sol mal saiu, mas as cores tomaram conta.
Avenidas, ruas, becos, vielas,
tudo se tingiu de um vermelho-cor-de-paixão.
Há corações espalhados por todos os lados, beijos, abraços, carícias.
Sorrisos, suspiros, declarações.
Corações querendo companhia, mãos querendo se encontrar.
Tudo parece mais cheio de vida.
Hoje.
E nesse hoje, eu espero que amanhã, os corações não se recolham. Os sorrisos não se desfaçam, e as mãos não se desencontrem.


Em tempos tão modernos onde tudo é passageiro, rápido, fugaz.
Esse dia é só mais um dia.
'Eu te amo' não é clichê.
Se for pra ser, tem que ser verdadeiro.

Procurando estrelas.

Eu não tenho medo do escuro. Eu não me enfraqueço na solidão.
Mesmo quando as luzes se apagam.
As vozes somem. As pessoas se vão.
Tudo parece escuro. Sombrio.
Não me importa! Eu não me importo.
Não me importa o quanto o céu esteja nublado.
Eu estou sempre à procura de estrelas.
E sempre as encontro. 
E porque sei que elas existem é que não me sinto só. Não me rendo. Não me largo.
Eu sei onde as encontrar. 
Não importa o quanto esteja escuro lá fora, o quanto pareça sombrio aqui dentro,
assim como no céu
o meu coração está cheio de estrelas.
E, eu, sei onde as encontrar.

Desarranjos.

Ando meio dasarranjada.
Meus dias se perderam no calendário, meu relógio já não marca as horas.
Meu tempo se perdeu no espaço.
E eu me perdi dentro de mim.
Tudo está fora do lugar.
Tudo está meio bagunçado.
Confuso.
Tudo fora do compasso.
Tudo em desordem.
Tudo.
Até meu coração perdeu o compasso das batidas.
Pulsa desritmado.
E em meio a esse desalinho, meu passo acanhado se nega a seguir.
Parou. Tudo parou.
Desencontros. Desarranjos. Desalinhos.
Tudo esperando o momento certo de voltar a se encaixar. De voltar.
E se encaixar.





Estou tentando.

Estou tentando. Estou aprendendo a me debulhar em palavras.
Porque a palavra me transcende. Me liberta. Me provoca. Me.
Estou tentando sê-las.
Tenho tentado dedilhar os sofrimentos, transformá-los em versos, em frases, em coisas... Palavras.
Tenho usado o que há de bom, ruim e imaginário a favor de mim. Da minha discreta inspiração que se lança e se arranja em forma de letras e palavras desencontradas, buscando se encontrar. 
Há sempre tanto a dizer. Há sempre tantas palavras me querendo saltar os lábios.
Mas o silêncio me ama. E eu, por minha vez, amo o silêncio. E às vezes ( quase sempre ), minha voz se cala. Minhas cordas vocais se negam a vibrar. E , então, busco outros caminhos para as palavras. As escrevo. Redijo-as.
Me liberto. As liberto. 
Vou tentando, vou querendo, vou buscando palavras. 
Querendo descrever o indescritível.
Tentando escrever meu silêncio.
Que soa. Que fala. Que grita.
Que se rompe em versos mudos disfarçado em meio as palavras.

Desejos

Sussurros aos ventos. Segredo guardado em silêncio. Palavras velando em meu coração.
Meus desejos.
Sou milhares deles.
Calados, gritantes, encobertos, disfarçados. Escritos, descritos, imaterializados.
Cabe em papéis e às vezes não cabe em mim. Cabe em palavras, em gestos. Mas me transbordam incessantemente.
Não cabe em mim as minhas vontades. Não sei onde colocar tantos anseios. Onde guardá-los dentro de mim.
Eu não os guardo.
Eu os jogo ao vento. Para que ele, os leve aonde eles teem de chegar. Para que voltem  a mim. Ou para que se percam. Me desencontrem. Para que eu possa me esvaziar e me preencher de novos desejos. De antigos desejos deixados de lado. De desejos sempre desejados. De desejos. Inacabáveis.
Meus desejos são desejos livres. De tudo. De mim.
Por isso que às vezes me parecem tão distantes. Às vezes inalcançáveis. Por vezes incontroláveis. Mas ainda prefiro assim.
E os deixo livres. Para serem. Para acontecerem. Para se realizarem.
Para serem realidade.


Deixa que me leve


Eu não quero ter pressa. Não quero as respostas agora.
Não quero ficar tentando decifrar meu coração. Traduzindo as cifras de meus pensamentos. Quero me deixar fluir. E ir descobrindo aos poucos o que eu quero.
Ou redescobrindo.
Deixar que os caminhos me escolham,
que as vontades me carreguem.
Sem pressa . Sem medo. Sem culpa.
Vou deixar que a vida me leve.
Me deixar levar.
Sem receios. Sem pretensões.
Sem explicações.
Indo. Sendo.
Vivendo.

A música.


Hoje eu acordei com uma vontade desatinada de sentir. De ir além das minhas sensações.
Hoje eu quero me libertar de tudo o que eu sinto. Sair por aí. Sair de mim. Correr. Sentir. Viver.
Quero transbordar essa leveza que se apossou de mim.
A música.
A música agora me transportou para o lugar de minh'alma onde eu realmente gostaria de estar.
Uma paz e uma alegria tomaram conta de mim. Se misturaram ao meu sangue junto às notas musicais soando em meus ouvidos.
E, agora, eu estou me sentindo tão leve... Uma vontade de agarrar a vida. Uma sensação que não cabe em mim. ( Que coube na música.)
Quero me abandonar a essa sensação. De poder. De ser capaz. De ser feliz.
De ultrapassar os limites. Do corpo e da alma.
Me deixar sentir.
Deixar que a música me invada e me transfixar nela.
Agarrar a sensação. Até quando ela existir.

Sorria!




Mesmo que tudo pareça triste. E ainda que tudo esteja.
Mesmo que os dias estejam cinzentos, sem cor. Sem vida.
Mesmo que a vida pareça sem graça. Sem razão.
Ainda que as lágrimas queiram rolar sobre seu rosto e a tristeza afagar seu peito.
Não se renda. Não se entregue.
Preencha teus lábios com um sorriso. Sorria.
E verás que a vida ainda tem sentido.
Se, você sorrir.

Confusões

O que me consome é essa incerteza.
Já fiz tantas escolhas, agi com o coração. Errei. E agora que mudei as estratégias não tenho a certeza de estar no caminho certo. Aliás eu nunca soube se estava no caminho certo. A vida quem me mostrou.
De repente você muda de rumo, reorganiza os sentimentos, arruma o coração. Fica cheia de certezas. Confiante. Mas, por dentro, há sempre uma pergunta que não se cala, qurendo bagunçar as coisas: -'Eu estou agindo certo?!' Mas, eu tento uma resposta imediata: -'Espero que sim!'. É, dizem que quem espera sempre alcança. Eu espero estar certa.
Eu vou permanecer neste caminho. Não vou mudar o rumo. Não vou voltar a trás. Eu só queria que, agora, eu estivesse no caminho certo.
Não queria ter que modificar tudo outra vez. Mudar requer muito esforço. E causa uma desordem danada! E, eu, não quero mais brigar com meus sentimentos. Não quero ter que expulsar o meu coração do meu peito. Ah! Por que que eu fui nascer humana?!
Às vezes eu não sei lidar com toda essa humanidade dentro de mim. Ser humano por vezes me é um sacrifício!
Queria deixar de sentir. De me doer. De duvidar. De não saber. De ser. De sentir.
Meus passos cheios de certeza ainda estão cercados de dúvidas. E isso é o que me mata .

Imperfeições.

Não exija de mim movimentos perfeitos, passos bem executados, atitudes sempre corretas e coerentes.
Não espere que eu não cometa erros, que eu serei sempre capaz de perdoar, que eu tenha sempre as palavras certas, que eu nunca tropece e caia.

Não pense que farei tudo no tempo certo e no momento exato.

Não vá pensando que eu sou a pessoa certa, que eu não vou te decepcionar. Não é bem assim.
Não espere demais de mim.
Eu gosto dos meus erros. Eu não gosto é de errar. E estou aprendendo a lidar com isso. E erro.
Então, não vá pensando que eu sou perfeita. Não queira exigir de mim.
Ora! Eu não caí do céu. Não sou venerável. Sou de carne e osso. E pele. E fogo.
E erros.
Eu, sou apenas humana.

Inquietação.

Estou escutando o silêncio dentro de mim. Lá fora, gotas de chuva se rompem no chão, silenciosamente. Estou remexendo os meus sentimentos em busca de inspiração. Mil sensações passeiam pelo meu sangue, e os pensamentos flutuam sobre minha cabeça. Estou tentando extrair de mim essas sensações. Estou apenas tentando. Querendo. Eu quero.
Queria sair de mim. Me despertencer.
Está tudo calmo demais por aqui. Está tudo se organizando aqui dentro, mas uma quietude que chega a me incomodar. Meu coração bate em ritmo tão cadenciado que quase passa desapercebido. Meus pensamentos vão e voltam de forma demasiadamente compassada. Traquilos. Apáticos.
Não quero bagunçar as coisas aqui dentro. Deu muito trabalho para colocar meu coração em ordem.
Eu só queria quebrar esse silêncio. Essa calma vazia que tomou conta de mim.
Quem sabe gritar, ou correr por aí. Sem rumo. Sem pressa. Sem.
Sentir a vida vociferando dentro de mim.

Me manterei.

Não quero. Não posso. Não vou.
Eu não vou desistir agora. Não vou me entregar. Não vou permitir que as emoções me confundam, que embaralhem meus pensamentos. Não vou amolecer meu coração. Não vou mudar de idéia.
Eu nem sei se estou deixando me levar por essas sensações. Na verdade eu quero não senti-las. Por isso antecipo a idéia de tê-las para saber como lidar com elas. Essas sensações... que nem ao menos sei explicar. E nem quero. Eu fujo delas. Me escondo. Me protejo. Me guardo. Também não passou pela minha cabeça desistir. Mas eu preciso me afirmar. Re-afirmar. As minhas escolhas. Minhas decisões. Ainda há tanto pela frente... Não posso fraquejar. Não vou desistir. Preciso continuar. Está dando certo assim. Ao menos por enquanto.
Espero que dure. Que me cure. Que me faça chegar onde quero.
Por enquanto...
Tenho me mantido forte. Tenho sido forte. Me manterei!

Pequena sonhadora

Todas as manhãs ela beijava o sol, sorria para o mundo e abraçava o dia. Era sempre assim. Aquele sorriso no rosto e aquele ar de esperança. Sempre. Não havia tempo ruim. Às vezes uma neblinazinhha, um chovisco, uma ventania,  mas nada que a impedisse de exibir seu sorriso aos quatro cantos do mundo. Sua maior alegria era viver. E ela vivia. Cada dia como o último. Único. Ela sabia viver como ninguém.
Era só. E era feliz. Era feita de sonhos. Milhares deles. E neles se concentravam suas forças. Tão pequena no mundo. Tão grande dentro dos sonhos. Sonhar era o que a mantinha viva. E ela nem se importava com o mundo. Só queria viver o mundo que lhe pertencia. Embora soubesse conviver muito bem com todos os mundos à sua volta. Ela era irreal. Ela é.
Por ser feita de sonhos era à noite que ela vivia. A cada nascer do sol já se aprontava para esperar a lua. Como quem espera por um amor. Ansiosa. Carregada. Cheia de expectativas.
Quando o sol se escondia algo lhe tomava conta. Se tornava inatingível. Se jogava num canto e se entregava aos sonhos. E aí, então, nada mais se pertencia. Nem a ela. Nem ao mundo. Nem a ninguém. Tudo se tornava impalpável. Intáctil. Sonhos... milhares deles.