do que fica.

E com o passar do tempo, que vai passando com a vida, o que tem ficado em mim é cada vez mais intenso. Cada vez mais meu. Pelos caminhos que percorro, ao longo dessa viagem sem destino, o que trago na bagagem tem sido cada vez mais leve. E doce. Na mala, não acumulo mais sentimentos, nem pesos desnecessários. A cada parada, me recomponho, refaço. Desocupo lugares, reorganizo os espaços e acomodo o que segue comigo na viagem.
Tenho deixado somente o essencial.
Por onde passo tenho guardado todos os sorrisos e os abraços que encontro. E para estes há sempre um espaço vazio. Tem sempre um espaço.
Esperança e fé eu carrego no bolso, pra que estejam sempre ao alcance das mãos nas horas mais difíceis. Carrego  um pouquinho de sol no coração e um punhado de estrelas nos olhos. Pra que o coração nunca esfrie e o olhar nunca perca o brilho.
Tenho tido bastante paciência ao longo da estrada.
Aprendi a respirar fundo. A controlar minha ansiedade e a me controlar, sem desrespeitar os meus limites.
A viagem é longa, assim espero, e a vontade de caminhar é cada vez mais forte. E pelo caminho, a mala que sempre se recompõe, tem ficado cada vez mais cheia e cada vez mais leve. Carrego comigo só o que é verdadeiro.
O que não pesa no coração.
E o que fica em mim, é cada vez mais, meu.
E é o que realmente importa.

Um comentário:

  1. Que bom saber que as lágrimas que a gente derrama e os tombos que a gente cai não deixam apenas marcas no rosto, nos joelhos e no coração, mas também deixam aprendizado e geram maturidade, não é mesmo, flor?

    =D

    Beijo grande.

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